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Hospitalizações por vírus sincicial respiratório aumentam 20% em Passo Fundo

Segundo especialista, baixa procura por imunizações pode acarretar em elevação no número de casos

Foto: Exames de imagem podem identificar alterações no pulmão Ricardo Wolffenbüttel / Agencia RBS

2 de julho de 2024

Com a chegada do inverno os cuidados com a saúde devem ser redobrados, principalmente por conta do aumento da circulação de vírus e bactérias. Segundo o painel do Estado que monitora internações por síndromes respiratórias agudas graves (SRAG), foram 345 internações hospitalares em Passo Fundo e 18 mortes em decorrência desse tipo de doença até junho de 2024.

Entre as causas das SRAGs está o vírus sincicial respiratório (VSR). Ele causa infecção respiratória especialmente em bebês, crianças pequenas e idosos, podendo afetar os brônquios e os pulmões. Somente neste ano, o município já teve 123 hospitalizações por primeiros sintomas do VSR e um óbito. No mesmo período em 2023, foram registradas 102 internações. Ou seja, um aumento de 20,5%.

Quando agravado, o quadro pode evoluir para bronquiolite ou pneumonia. Isso acontece especialmente em crianças pequenas e prematuras, como explica o pneumologista de Passo Fundo, Tiago Simon. Ele também alerta para um possível aumento de diagnósticos neste ano:

— Temos percebido uma baixa procura pelas imunizações que pode acarretar em um aumento de casos e, por consequência, maior mortalidade em 2024, principalmente por conta das ondas de frio mais frequentes e mais intensas do que nos anos anteriores.

O maior número de casos já é registrado no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), em Passo Fundo. Entre janeiro e junho, foram 81 diagnósticos a mais de pneumonia, quando comparado ao mesmo período do último ano. Também durante o primeiro semestre de 2024, o Hospital de Clínicas (HC) registrou 152 casos contra 189 infecções nos mesmos meses de 2023. A reportagem de GZH Passo Fundo também solicitou o número de atendimentos por pneumonia para o Hospital Beneficente Dr. César Santos — conhecido como Hospital Municipal —, mas, o Executivo local não informou os dados até a publicação da reportagem.

Atenção aos sintomas

Segundo Tiago Simon, a pneumonia é hoje a principal causa de morte por doença infecciosa no mundo. Com imaturidade no sistema imunológico, as crianças são um dos grupos mais acometidos pela pneumonia. Além delas, os idosos que já possuem o sistema de defesa mais debilitado também se encaixam na estatística.

Segundo o pneumologista, o quadro clínico mais característico da pneumonia ocorre quando o paciente tem tosse, febre, calafrios e dor no peito ao respirar. Outros sintomas também podem ser a falta de ar, o mal-estar e a perda de apetite.

— Quando você vai examinar o paciente, ele geralmente tem alterações características na ausculta do pulmão, que muitas vezes são confirmadas através de um exame de imagem do tórax. A partir disso, conseguimos fazer o diagnóstico e definir se esse paciente será tratado no ambiente domiciliar ou se será necessário hospitalizá-lo. Tudo dependerá de se o paciente tem risco para complicações ou se o quadro clínico é mais grave — diz o especialista.

Criança de oito anos morreu de pneumonia

Foi um quadro grave de pneumonia que causou a morte de Gustavo dos Santos Ribas, de oito anos. O menino começou a se queixar de dor em 16 de junho, chegou a ser atendido no Hospital Dia da Criança, mas, segundo os pais, o diagnóstico não foi correto. Dois dias depois, apesar de transferido para um hospital de alta complexidade, o menino morreu. O caso é investigado pela polícia.

Em nota divulgada à época do falecimento, o Hospital da Criança informou que todo o procedimento foi realizado conforme informações prestadas pelo pai do menino e que a criança foi encaminhado para confirmação de diagnóstico e tratamento em outra instituição de saúde.