Sem notícias há um mês, família de jovem desaparecida em Bento Gonçalves convive com angústia e incertezas - Agora Já -

Sem notícias há um mês, família de jovem desaparecida em Bento Gonçalves convive com angústia e incertezas



O namorado de Hellen Natália de Freitas Lopes, 24 anos, está preso temporariamente desde 19 de dezembro por suspeita de envolvimento no sumiço dela

Foto: Hellen Natália de Freitas Lopes, 24 anos, foi vista pela última vez em 9 de dezembro de 2023 em um posto de combustíveis ao lado do namorado e de uma amiga. Arquivo Pessoal / Divulgação
8 de janeiro de 2024

Um mês após o desaparecimento de Hellen Natália de Freitas Lopes, 24 anos, a família ainda espera respostas sobre a jovem. Moradora de Bento Gonçalves, Nati, como é chamada pelos familiares e amigos, trocou mensagens com o pai pela última vez, por volta das 23h de 9 de dezembro de 2023. O namorado de Natália está preso temporariamente desde o dia 19 por suspeita no desaparecimento dela. O nome dele não foi divulgado pela polícia.

A jovem foi vista pela última vez em um posto de combustíveis com o namorado e uma amiga. Depois do desaparecimento, a família descobriu que o homem já havia agredido a jovem e que havia uma ocorrência registrada contra ele na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) do município serrano.

O pai dela, Paulo Lopes, e a madrasta, Juremi Nuniz, estão cada dia mais apreensivos.

—Estamos arrasados com o desaparecimento da nossa filha. Ela nunca fez isso, não sumiu porque quis. Alguém fez algo com ela ou a está mantendo em algum lugar  — lamenta Juremi.

Paulo afirma que até o momento não há vestígios da filha, o que aumenta a angústia dos familiares. Ele conta que no dia 10 estranhou a falta de contato de Natália, que não respondia às mensagens, mas no começo achava que a filha estava dormindo. Ao longo do dia a preocupação aumentou, porque seguia a ausência de contato:

— Ela sempre nos avisava onde ia, mandava fotos para mostrar onde estava, mantinha contato, mandava mensagens de bom dia e boa noite. Só soubemos que o namorado a agrediu quando ela desapareceu. Ela estava sempre alegre e não contou nada para nós sobre isso. Ninguém imagina a dor estamos sentido — desabafa.

A tia de Natália Raquel Aparecida Vargas Lopes também tem esperanças de rever a sobrinha.

— A família está em choque. É uma angústia que não tem fim. Só quero que ela esteja bem. Toda a família está angustiada — emociona-se.

Além de não saber o que aconteceu com a jovem, a família tem recebido ligações pedindo resgate ou até de pessoas passando trotes sobre o paradeiro dela:

— Eu imploro que se alguém tiver informações sobre o que aconteceu, se sabe onde minha filha está ou se viu a Nati em algum lugar, entre em contato com a polícia. Pode ser uma mensagem anônima, não precisa se identificar, mas avise a polícia porque qualquer pista vai aliviar nosso coração, que está aos pedaços — pede Paulo.

Vestígios de sangue encontrados em carro

De acordo com informações divulgadas pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), o preso é o principal suspeito do desaparecimento da jovem. Ele inclusive tem histórico de agressões contra a vítima. Ao depor, o homem apresentou versões contraditórias às informações coletadas pela polícia.

Ainda conforme a polícia, os peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) estiveram na casa do namorado de Natália, onde ela também mora, e realizaram perícia na moradia e em veículos do suspeito. Conforme a polícia, há sinais de possível material orgânico nos objetos submetidos à análise. A coleta foi encaminhada para análise de DNA.

O diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), delegado Anderson Spier, afirma que a polícia aguarda o resultado da perícia, mas não há previsão de quando o exame ficará pronto.

— Segundo informações coletadas que deram base às investigações e às perícias técnicas, coordenadas, conseguiu-se a prisão temporária do suspeito, namorado da desaparecida, medida deferida pelo Poder Judiciário. Foram apreendidos veículos, celulares e outros objetos. Os veículos e alguns objetos tiveram confirmada a presença de sangue humano, mas ainda falta o exame pericial para afirmarmos se pertencia à desaparecida. Foi solicitado auxílio do corpo de bombeiros para realização de buscas ao corpo. Estamos no aguardo da perícia ainda. A diferença para investigação será a definição do DNA do sangue encontrado — explica Spier.

Fonte : GZH
Foto : Arquivo Pessoal / Divulgação

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