Dois leões-marinhos testaram positivo para a doença; outros cinco animais foram encontrados mortos
Com a confirmação de casos de influenza aviária em mamíferos em Rio Grande, a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação segue atenta a situação no sul do RS. Oficialmente, duas mortes de leões-marinhos infectados foram confirmadas
Esse é o primeiro registro da doença em mamíferos marinhos no Brasil. Em entrevista à Rádio Gaúcha Zona Sul, Liége Araújo, supervisora regional da pasta, explicou que 10 animais foram encontrados próximo ao Parque Eólico na Praia do Cassino com sintomas no dia 30 de setembro.
— Eles estavam com problemas respiratórios, secreções e agiam de forma cansada — relatou.
Dos 10 animais, oito eram leões-marinhos, dos quais quatro estavam vivos e quatro já mortos. Os outros dois eram lobos-marinhos — um estava vivo e o outro morto. Os cinco animais encontrados sem vida não foram utilizados na testagem de gripe aviária.
— Não poderíamos utilizar amostras desses animais porque o fato de estarem mortos poderia afetar o resultado do teste, já que o vírus poderia não estar mais presente no corpo ou ter sofrido alguma alteração — justificou Liége.
Dois leões-marinhos foram eutanasiados e amostras foram coletadas. Esses animais testaram positivo para o vírus H5N1, que corresponde à gripe aviária, totalizando sete animais mortos.
— Realizamos a necropsia do animal com o equipamento adequado na própria Praia do Cassino, porque esses animais pesam no mínimo 200 quilos e seria inviável deslocá-los para o Cram (Centro de Recuperação de Animais Marinhos) — explicou Liége.
Os três animais que sobreviveram seguem sendo monitorados pelo Centro de Recuperação de Animais Marinhos. A coordenadora do Cram, Paula Canabarro, informou que um novo monitoramento será realizado nesta quinta-feira (5). A avaliação dos especialistas é de que eles não devem sobreviver por muito tempo caso tenham sido infectados também.
Foi solicitada à prefeitura do Rio Grande uma retroescavadeira. De acordo com a supervisora, os sete animais foram enterrados na Praia do Cassino, em uma profundidade segura para a saúde de outros animais e da comunidade.
A prefeitura ainda não se manifestou sobre a confirmação dos casos.
Nos últimos dias, com o avanço do nível da Lagoa dos Patos, dois leões-marinhos idosos estão descansando no cais do Mercado Público de Rio Grande. Os animais se tornaram atrativos para a comunidade, que quer tirar fotos e observá-los.
Porém, segue o alerta de que é importante manter ao menos três metros de distância dos animais, não alimentá-los ou tocá-los e evitar que cachorros e gatos se aproximem deles. As autoridades veterinárias garantem que os dois animais que ficam no cais estão saudáveis.
— Esses dois leões ficam descansando naquela região e dificilmente vão até a praia ou se deslocam até partes mais altas do mar. Eles não apresentam sintomas de nenhuma doença, mas vão seguir sendo acompanhados pelo Cram — disse Paula.
A orientação é a mesma para pessoas que encontrarem animais mortos na orla da Praia do Cassino: não se aproximar e acionar as autoridades por meio do telefone (53) 3231-3496.