Com ação desta quarta-feira (4), os seis suspeitos de envolvimento no crime estão presos
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público prendeu nesta quarta-feira (4) mais dois suspeitos de tentar matar o promotorde Justiça Jair João Franz, em Teutônia, no Vale do Taquari, em 17 de agosto. Os investigados eram os únicos que estavam foragidos e foram localizados nos locais em que trabalham nos municípios de Teutônia e Estrela. Os outros quatro réus já estavam presos.
Segundo o Ministério Público, o réu que foi preso em Estrela forneceu celular e uma motocicleta para o autor dos disparos, enquanto o preso em Teutônia deu guarida ao atirador. A dupla foi encaminhada para a delegacia para o registro do flagrante e depois encaminhada ao sistema prisional.
Os nomes deles não foram divulgados pelas autoridades. O coordenador do Gaeco, promotor André Dal Molin, destaca que, logo após a decretação da prisão preventiva deles, os agentes tiveram êxito no cumprimento dos mandados judiciais.
Na última sexta-feira (29), a 1ª Vara Judicial de Teutônia aceitou a denúncia do Ministério Público contra as seis pessoas acusadas de planejarem e executarem o ataque. A decisão tornou os envolvidos réus e deu prazo de 10 dias para manifestação inicial.
Jair João Franz foi alvo de disparos de arma de fogo quando chegava em casa. Um tiro acertou o promotor, que foi levado ao hospital. A denúncia do MP foi por tentativa de homicídio e organização criminosa.
Entre os réus presos preventivamente anteriormente estão a advogada Daiana Silva Toledo e José Izidoro Kovalski, que já se encontrava no sistema prisional quando o atentado aconteceu. Os dois são apontados pelo MP como os mentores desse crime. O preso teria sido o responsável, segundo a denúncia, por chefiar o ataque ao promotor de dentro da prisão.
Conforme a acusação, o preso e a advogada teriam decidido assassinar Franz em razão da atuação profissional dele. Daiana atuava na defesa de Kovalski. A defesa da advogada admite a inimizade, mas nega que ela tenha sido a mandante do crime.
Também é réu Eliandro Maria Vedoy da Silva, apontado como executor do crime. Ele foi detido em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, na noite de 28 de agosto, na semana seguinte às primeiras prisões. Em depoimento, Silva permaneceu em silêncio.
Outro acusado é Éder de Souza Lucas, que chegou a ser investigado como possível autor dos disparos. Durante a investigação, porém, a polícia apontou que ele teria sido um dos responsáveis por executar outras tarefas para a concretização do atentado, como vigilância.
O advogado Ezequiel Vetoretti afirmou no fim de agosto que Daiana tinha inimizade com o promotor, mas negou envolvimento dela com o crime. Na sexta-feira (29), Vetoretti informou que a defesa não pretende se manifestar sobre a denúncia neste momento.
GZH entrou em contato com o advogado Rodrigo Torres na sexta-feira e aguarda retorno. Em manifestação anterior, o advogado defendeu a inocência do cliente e afirmou que os indícios de autoria eram “precários”. Disse ainda que a defesa buscaria “sua absolvição total através do devido processo legal proporcionado em juízo”.
GZH entrou em contato com o advogado que fez o acompanhamento de Lucas durante a audiência de custódia, mas o profissional informou que não atua mais no caso. A reportagem tenta contato com a nova defesa constituída pelo investigado.
Em depoimento, o suspeito optou por permanecer em silêncio. GZH busca contato com a defesa do denunciado.
Após a divulgação do caso, a Ordem dos Advogados do Brasil do Rio Grande do Sul emitiu nota na qual afirma que “não admite nenhum tipo de violência ou atentado contra qualquer pessoa e/ou autoridades públicas, sobretudo quando relacionado ao exercício profissional”.