Manifestantes reivindicam a revisão de políticas adotadas pelos governos federal e estadual
Um grupo de produtores de leite da região Norte protesta, nesta quarta-feira (27), contra o formato de importação do produto, adotado pelos governos estadual e federal. A manifestação acontece na BR-386, no trevo de Frederico Westphalen.
Segundo a organização, são cerca de 700 manifestantes e 50 tratores e a previsão é que o bloqueio se estenda ao longo do dia. A previsão é que a liberação aconteça de hora em hora. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanha a paralisação e não tem estimativa do número de participantes.
Os manifestantes afirmam que o maior problema no setor são os altos números de importação, de leite e seus derivados, dos países do Mercosul. Conforme a categoria, desde o último ano, a importação aumentou em 300% — o que, segundo eles, resulta na diminuição do preço do leite gaúcho.
— O produtor está recebendo cerca de R$ 1,20 por litro. Esse valor não paga o custo de produção, sem considerar o que tem de investimento na sua propriedade. Não tem nem como pagar as dívidas. Queremos medidas efetivas dos governos do Estado e Federal, senão mais produtores vão abandonar a atividade — defende o coordenador da Regional Sindical Médio Alto Uruguai, Deonir Sarmento.
Ao governo do Estado, os produtores reivindicam a revisão da isenção dos impostos às empresas estabelecidas no RS que importam leite do Uruguai e Argentina.
Já a maioria das demandas são referente às políticas estabelecidas pelo Governo Federal:
De acordo com um levantamento da Emater/RS, publicado em agosto deste ano, o número de produtores de leite no Rio Grande do Sul diminuiu 60,78% em oito anos. Nesse mesmo período, o número de vacas leiteiras e a produção de leite diminuíram. O número de animais caiu 34,47%, ficando em 769,8 mil, e a produção 8,91% somando agora 3,8 bilhões de litros por ano.
A pesquisa também mostra os principais fatores que contribuem para que as famílias abandonem a atividade leiteira: o baixo preço pago pelo litro do leite, apontado por 49,89%, a mão de obra (45,96%), o custo de produção (42,11%) e a dificuldade na sucessão familiar (41,91%).