Com proposta de renovação, pedagoga é a primeira mulher eleita patroa de CTG da Capital - Agora Já -

Com proposta de renovação, pedagoga é a primeira mulher eleita patroa de CTG da Capital



Aline de Souza, 41 anos, comanda há quatro meses o Coxilha Aberta, no bairro Costa e Silva, na Zona Norte

Foto: Ian Tâmbara / Agencia RBS
22 de agosto de 2023

Há cerca de quatro meses, a pedagoga Aline de Souza, 41 anos, divide a rotina de educadora com o cargo de patroa do CTG Coxilha Aberta, localizado no bairro Costa e Silva, zona norte de Porto Alegre. A gestão do local ganha peso, não somente pela importância da função, mas também pela relevância daquela que a ocupa: Aline é a primeira patroa em 38 anos da instituição, e a única mulher negra na patronagem atualmente entre os CTGs da Capital, conforme registro da 1ª Região Tradicionalista (RT) do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG).

— Quando pensamos na candidatura, apresentamos uma proposta de renovação, de paradigmas a serem quebrados — salienta Aline.

A relação da pedagoga com o tradicionalismo começou há 10 anos, quando ela passou a se envolver com o CTG. Desde então, frequenta o local junto do marido, da filha e do filho. Essa ligação forte de toda a família com o nativismo fez com quem Aline quisesse participar ainda mais da organização daquele espaço.

Com esse sentimento, surgiu a ideia de formar uma chapa e se candidatar à patronagem. No seu discurso, veio o propósito de “virada de chave”. Aos poucos, a intenção é tornar do CTG um ambiente familiar e plural.

— Aqui é um espaço aberto. Não importa se você é preto, branco, homem ou mulher. É um local para todos. E é por isso que trabalhamos hoje, onde somos todos igualmente importantes — afirma a patroa.

Ainda que o pontapé inicial tenha sido dado com a conquista do posto de patroa, Aline reconhece que ainda há outros obstáculos a serem superados. Entre eles, os estereótipos que precisam ser derrubados.

— Já aconteceu algumas vezes de visitantes chegarem no galpão querendo falar com o patrão e se apresentarem ao meu marido, achando que era ele. Sou uma mulher, negra, e ainda sou pequena fisicamente. Pode parecer um cargo muito “forte” para mim, mas se estou aqui, é porque tenho competência para isso — destaca.

Ao mesmo tempo, a patroa sobrepõe o discurso sério com brilho no olhar e um discurso de esperança ao lembrar dos princípios que a movem a cada dia no ambiente gauchesco:

— Temos visto essa conquista a cada baile, a cada janta, a cada reunião que temos no CTG. A tradição é passada de acordo com o que você recebe. Então, hoje, entregamos cordialidade, amizade e respeito.

Fonte : GZH
Foto :Ian Tâmbara / Agencia RBS

 

 


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