Defesa Civil recebeu 25 chamados relatando o fenômeno. Segundo especialistas, as ocorrências podem ter relação com a grande quantidade de chuva dos últimos dias.
Moradores de Caxias do Sul, na Região da Serra do Rio Grande do Sul, relatam estar sentindo tremores de terra nos últimos dias. A Defesa Civil do município recebeu 25 chamados informando o fenômeno. Em casos específicos, inclusive os bombeiros foram acionados.
A maioria dos relatos são de moradores do bairro Castelo. Outros locais, que também registraram os mesmos tremores de terra, apresentam uma característica em comum com este bairro: a presença de morros.
De acordo com o geólogo Sérgio Mattana , os tremores podem ter relação com a grande quantidade de chuva dos últimos dias e o processo natural de acomodação do solo.
“A geologia da nossa região é constituída por rochas pertencentes a formação Serra geral. São basaltos e entre essas rochas tem solos entrometidos que chamamos de diastemas, formações de solos dentro da mesma formação geológica”, explica o geólogo.
Esses solos são movimentados e são levados embora pelo alto fluxo de água que passa por ali (…) acontece com maior incidência na época de grande chuvaradas e aí acontecem esses desmoronamentos internos próxima da superfície, que é uma das causas dos terremotos”, completa Sérgio.
De acordo com alguns moradores, os tremores acontecem normalmente à noite. O barulho assusta a vizinhança, mas por enquanto nenhum estrago ou acidente foi registrado. Pessoas que moram há mais tempo na cidade informam que não é a primeira vez que isso acontece.
Sérgio estuda sobre o assunto há 40 anos. Em 1984, um sismógrafo, aparelho que detecta movimentos do solo, identificou, em Caxias do Sul, tremores de 1,5 na Escala Richter. O abalo é considerado de pequena intensidade e para Sérgio, o mesmo fenômeno está se repetindo.
“Não vai passar disso aí, são pequenos abalos. Claro que assusta, porque é um estrondo, é um barulho, algumas fissuras, mas não vai cair a casa. Não vai devastar uma região como a gente vê naqueles terremotos catastróficos, nada disso. Fiquem tranquilos que a história mostra e a geologia também que não passará disso”, tranquiliza o pesquisador.