Governo prorroga até 3 de maio prazo para recadastramento de armas - Agora Já -

Governo prorroga até 3 de maio prazo para recadastramento de armas



Período, que acabaria na próxima segunda-feira, foi ampliado após solicitação de parlamentares ligados ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino

Foto: André Ávila / Agencia RBS
29 de março de 2023

O governo federal decretou a prorrogação do período para recadastramento de armas de fogo para 3 de maio. O prazo, que venceria na próxima segunda-feira (3), foi adiado após solicitação de parlamentares ligados ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.

Segundo decreto que foi publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira (29), as armas serão “cadastradas no Sistema Nacional de Armas – Sinarm até 3 de maio de 2023, ainda que cadastradas em outros sistemas”.

“O diretor-geral da Polícia Federal poderá estabelecer procedimento especial para a apresentação de armamentos, motivado por questões de logística e segurança. O procedimento especial referido poderá prever a apresentação de armamentos às equipes da Polícia Federal em local distinto das respectivas delegacias”, estabelece o documento.

O recadastro parte de uma política de maior controle na circulação de armas no país. Dados obtidos pelos institutos Sou da Paz e Igarapé por meio da Lei de Acesso à Informação revelaram que a quantidade de armas em acervos particulares no Brasil (aqueles que não pertencem aos órgãos públicos) mais do que dobrou nos últimos cinco anos — em 2018, o total era de 1,3 milhão de armas em coleções privadas e atualmente está próximo de 3 milhões.

No último dia 20 de março, o ministério havia informado que das 762.365 armas registradas no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma), mantido pelo Exército, 613.834 já haviam sido recadastradas. Cerca de 81% do total. Na ocasião, Dino havia afirmado que não adiaria o prazo de recadastramento, no entanto, cedeu aos parlamentares.

O crescimento do número de armas no país se deu na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que facilitou as regras de acesso de civis a esse tipo de equipamento.

Os acervos particulares incluem armas de caçadores, atiradores desportivos e colecionadores (CACs), de cidadãos com registro para defesa pessoal, caçadores de subsistência; servidores civis (como policiais e guardas civis) com prerrogativa de porte e que compraram armas para uso pessoal; membros de instituições militares (policiais militares, bombeiros militares) que compraram armas para uso pessoal.

Como funciona o recadastramento?

O registro de armas é feito em dois sistemas, o Sigma, que registra os armamentos em nome dos CACs, mantido pelo Exército, e o Sinarm (Sistema Nacional de Armas), mantido pela PF, que faz o registro de armas de civis, dentre elas: armas de empresas de segurança privada, policiais civis, guardas municipais e pessoas físicas com autorização de posse ou porte.

O recadastramento atual, teve início em fevereiro, está sendo feito pela PF e pretende condensar todas as informações sobre armamento civil no Sinarm, incluindo aquelas que ficam no banco de dados do Exército. A determinação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva suspende os registros para aquisição e transferência de armas e de munições de uso restrito por CACs.

Segundo o governo federal, as pessoas com armas que não fizerem o recadastramento podem sofrer sanções, como a apreensão das peças. Além disso, pessoas que decidirem por não ter mais as armas podem entregá-las em um dos postos de coleta da campanha do desarmamento que deve ser consultado.

Após a finalização do processo, uma proposta de novo decreto com regras sobre aquisição de armas, obtenção de posse ou porte e funcionamento de clubes de tiro deve ser apresentada ao presidente da República para maior regulação do armamento à população.

 

*Fonte: Gaúcha GZH

*Créditos: André Ávila / Agencia RBS


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