Ideia é que recursos sejam investidos ao longo do tempo para serem resgatados em um período específico, durante quatro ou cinco anos
O Tesouro Nacional estuda lançar um título de renda fixa voltado a famílias que planejam investir para bancar os custos dos filhos durante a vida universitária. O movimento representa mais um passo na estratégia do órgão de criar opções para interesses específicos de investidores.
Nesta segunda-feira (30), o órgão lançou o RendA+, título que marca a primeira iniciativa desse tipo e que é voltado a quem quer investir para receber os recursos durante a aposentadoria. O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, afirmou em São Paulo que as características do produto recém-lançado são semelhantes ao da proposta para a educação ainda em estudo.
O RandA+ será atrelado à inflação mais uma taxa de juros real, garantindo a manutenção do poder de compra dos valores investidos ao longo dos anos. O valor mínimo para começar a investir no título é de aproximadamente R$ 30.
Inicialmente, serão oferecidos ao público oito opções de data de conversão: 2030, 2035, 2040, 2045, 2050, 2055, 2060 e 2065. Os prazos oferecem a possibilidade de investir ao longo de até 40 anos, segundo o Tesouro Nacional.
No caso do título voltado à educação, os recursos poderão ser aportados pelo interessado ao longo dos anos e o resgate, com a devida remuneração do investimento, poderá ocorrer durante um período determinado –como quatro ou cinco anos. O Tesouro ainda está em fase inicial de estudos sobre a proposta e os detalhes ainda não estão fechados.
Nos últimos dias, Ceron também afirmou que o Tesouro se prepara para emissões externas de títulos públicos com a criação de papeis vinculados a compromissos ambientais.
“Caso ela venha a ocorrer este ano, tem um papel importante de sinalizar de que o compromisso ambiental brasileiro está se tornando concreto”, disse.
O secretário afirmou que os títulos precisarão ter contrapartidas, com vinculação a projetos verdes, de agricultura sustentável ou transição energética.
O Tesouro anunciou no início de 2021 que estava se preparando para o lançamento de títulos com o selo ESG (sigla em inglês para ambiente, social e governança), mas não se comprometeu com prazos. Na ocasião, a política ambiental do então presidente Jair Bolsonaro sofria fortes críticas no mundo.
Em 2022, o governo brasileiro não fez nenhuma emissão externa de títulos públicos. A última colocação ocorreu em junho de 2021. Naquele ano, o volume emitido foi de US$ 2,3 bilhões, após lançamentos de 6 bilhões de dólares em 2020.