Sobrinho de uma das vítimas cometeu os crimes para se apropriar de bens e realizar fraudes em nome de Rosângela Antonello e Ademir Silva, mortos em 7 de setembro
A mulher encontrada trancada no banheiro e o homem concretado na calçada em Ijuí, no noroeste gaúcho, no começo de outubro, foram mortos por interesse financeiro. A conclusão é do inquérito da Polícia Civil, que divulgou os detalhes em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (22).
As vítimas são Rosângela Prater Antonello, 55 anos, e seu companheiro, Ademir dos Santos Silva, 43. O autor dos crimes é um sobrinho de Rosângela, de 30 anos, que não teve a identidade divulgada.
O homem foi indiciado por duplo homicídio e outros crimes, como ocultação de cadáver, estelionato e furto qualificado mediante fraude. Ele está preso preventivamente desde 10 de outubro.
Na coletiva de imprensa, os delegados Antônio Soares (Draco de Ijuí) e Ricardo Miron (regional) esclareceram os pormenores do crime.
De acordo com a investigação, o acusado tinha proximidade com as vítimas e foi criado por Rosângela. Ele pretendia se apropriar de bens, como veículos e bicicletas, além de realizar fraudes em nome delas para obter dinheiro, como a solicitação de empréstimos e venda de bens.
O sobrinho usou as redes sociais de Rosângela e Ademir para se passar por eles e solicitar dinheiro. Ele inventou a história de que o casal estaria em Passo Fundo para tratar um câncer.
Conforme a polícia, o crime foi cometido no dia 7 de setembro, após um churrasco na residência. De acordo com a investigação, as vítimas estavam dormindo quando foram atacadas com um objeto contundente, possivelmente uma barra de ferro.
Ambas sofreram traumatismo craniano, o que resultou nas mortes. Os delegados afirmaram que os homicídios ocorreram por motivo fútil (desejo de obter dinheiro) e foram executados com recurso que impossibilitou a defesa das vítimas, uma vez que estavam dormindo no momento do ataque.
Durante o período em que as vítimas estavam mortas, o sobrinho permaneceu na casa e agiu como se fosse o novo proprietário.
O suspeito, que é usuário de drogas, utilizou o dinheiro das vítimas para manter o consumo de entorpecentes e chegou a vender dois carros e duas motocicletas de Ademir.
Cerca de 20 pessoas foram ouvidas durante a investigação. O sobrinho de Rosângela negou ter envolvimento com o crime nos interrogatórios, mas os elementos coletados na investigação confirmam sua responsabilidade.
O caso está agora sob os cuidados do Ministério Público e o suspeito permanece detido preventivamente enquanto aguarda o trâmite judicial.
— Os elementos colhidos até o momento fornecem “certeza e tranquilidade” para o indiciamento — concordaram os delegados na coletiva de imprensa.