Sobre o meia argentino reside um dos principais debates relacionados ao time do Grêmio neste início de temporada. Os críticos reclamam da sua falta de combatividade sem bola. Seus defensores elogiam a qualidade técnica e sua participação em lances decisivos.
Cristaldo marcou um dos gols na vitória por 2 a 0 sobre o Brasil de Pelotas, no domingo (10). O chute de fora da área deixou suas estatísticas neste ano mais rechonchudas. São três gols e uma assistência em 10 partidas, em 2024. No ano passado, foram 12 passes para gol e 11 bolas na rede, em 64 jogos.
Levando em conta sua minutagem, Cristaldo ficou mais efetivo. São necessários 145 minutos para ele participar diretamente de um gol neste ano contra 157 minutos na temporada passada. Os dados são do Footstats.
Ainda assim, o narrador da Rádio Gaúcha Marcelo De Bona acredita que é preciso que o time gremista possa trabalhar em maior sintonia com o meia.
— Tem de potencializar o Cristaldo. Trabalhar mais o jogo do time com a presença do camisa 10. Renato falou na última entrevista sobre o argentino e do quanto gostou da atuação. É uma semana importante para trabalhar Cristaldo como um jogador mais próximo da área adversária e de Diego Costa. O Grêmio vai precisar muito dele na temporada. O jogo flui mais com Cristaldo — avalia.
Herança da temporada 2023, a consistência defensiva do Grêmio emitiu sinais de alertas em alguns momentos do Gauchão. Mesmo que em seis das 13 partidas do ano a meta tricolor não tenha sido vazada, dois jogos mostraram que a compactação defensiva da equipe apresenta desajustes.
Apesar do 6 a 2 sobre o Santa Cruz, foram dois gols sofridos para o lanterna do Gauchão, o que equivale a um quarto dos gols marcados pelo Galo no Estadual. Também teve o Gre-Nal, com derrota de 3 a 2 — além da derrota para o São Luiz, com os reservas pela Recopa Gaúcha.
Há outros números que evidenciam a irregularidade defensiva. O Grêmio, em média, cedeu 10,4 chutes por jogo ao adversário. Índice muito similar ao do Juventude (10,3), recém egresso da Série B. Terceiro representante gaúcho na elite nacional, o Inter concedeu 7,5 finalizações aos adversários a cada 90 minutos.
Mais do que uma questão nominal ou de formação da linha de defesa, o comentarista do Grupo RBS Maurício Saraiva vê na compactação defensiva uma das principais questões a serem resolvidas.
— A missão principal do Renato é ajustar a compactação do time, o que inclui marcar melhor desde seu ataque. Do meio para a frente, a equipe se resolve nas individualidades. Do meio para trás, é preciso organizar. Semana livre pra treinamento é um bom começo — comenta.
Um dos aspectos que pode agravar a falta de compactação defensiva é nominal. O miolo do time de Renato Portaluppi conta com nomes como Pepê e Cristaldo, considerados de pouca intensidade sem a bola.
Pepê é meia de origem recuado para dar maior qualidade na saída de bola, enquanto o argentino se movimenta como espécie de camisa 10 clássico. A presença do primeiro, sobretudo, sobrecarrega Villasanti nas lidas defensivas. Contratado neste ano, Du Queiroz surge como uma possibilidade de dar maior fôlego ao meio-campo da equipe, servindo como uma espécie de “cola” para unir os setores.
— As opções de Renato começam com Du Queiroz. O volante deu boa consistência no meio-campo nos jogos em que entrou e já pede passagem. A sua participação melhora o rendimento dos homens da frente, em especial, o meia Cristaldo e o atacante Gustavo Nunes — opina Cesar Cidade Dias, comentarista da Rádio Gaúcha identificado com o Grêmio.
CCD, porém, também cita que há outra mudança que pode ser benéfica no quesito defensivo. A saída do lesionado Reinaldo para a entrada do recém-chegado Mayk aumenta o poder de marcação do time.
— O novo lateral-esquerdo deu mais consistência defensiva para o time e liberou mais o João Pedro para atacar. O Grêmio, com eles, tem duas novidades que potencializam o time — explica.
Fonte : GZH
Foto : LUCAS UEBEL / Grêmio/Divulgação