Em Esteio, provas do torneio "Inclusão de Ouro" tiveram recorde de inscritos. Em Novo Hamburgo, 11 pessoas com deficiência visual se formaram em cursos de danças de fandango.
Com muitos aplausos e inclusão, foram definidos os vencedores do torneio “Inclusão de Ouro”, promovido pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos. A prova, que reúne ginetes com algum tipo de deficiência, teve 28 selecionados, um recorde, e a final aconteceu sábado (30), no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
Entre os ginetes, conheci o José Henrique Lima, de 23 anos, de Santo Antônio da Patrulha, que tem síndrome de Down. Ele participou na força D e, segundo o pai, o pecuarista José Ricardo Lima, de 53 anos, seu maior prazer é ouvir seu nome ser anunciado nos alto-falantes da pista de provas.
“Cada vez que chamam, ele fica emocionado”, afirma.
O rapaz é treinado pela equoterapeuta Cláudia Rocha, que atua em um centro de equestre de Viamão. Foi ela quem sugeriu ao pai de José Henrique a inscrever o filho na prova.
“Eu conheço ele desde pequeno, sei do amor que tem pelos cavalos, então, poder realizar o sonho dele, não tem explicação”, afirma a treinadora, lembrando que o contato com os animais ajuda a desenvolver a parte motora e intelectual de jovens especiais.
Outro destaque da prova foi o Dionatan Brás, de 28 anos, que participa da prova com a ajuda de uma cela adaptada, uma vez que não tem as pernas. Ele ficou em 3º lugar na categoria “A”, dos mais experientes.
“Não tem nada impossível, é só tentar. Se não der de um jeito, dá no outro. É preciso encontrar soluções para os problemas e bola pra frente”, ele ensina.
Coordenadora da prova, a incansável Josi Martins diz que o propósito do “Inclusão de Ouro” é mostrar que “tudo é possível”.
“Se encorajem, se empoderem, busquem as soluções para os problemas, e não encontrem problemas nas soluções”, prega Josi.
Em Novo Hamburgo, outro exemplo de inclusão: 11 pessoas com deficiência visual se formaram em um curso de danças de fandango no CTG Estância da Liberdade. O curso durou quatro meses, com 16 aulas de 1h30. A ação social foi realizada pelo casal de instrutores Anderson Silva, o Anderson “Grandão” e Bya Silva.
“O maior desafio foi ensinar os passos. Mostrar é uma coisa, mas passar para alguém que não enxerga, exige outra metodologia. Às vezes eu me abaixava para pegar no pé das pessoas a indicar o movimento correto. O mesmo fazia com as mãos. “, conta Bya.
Segundo ela, o projeto terá continuidade com novas turmas.
“Queremos passar nossa cultura para essas pessoas que não enxergam”, resume a instrutora. Josi, Anderson e Bya são exemplos de gaúcho!!!
Formatura reuniu 11 pessoas com deficiência visual no CTG Terra Nativa. — Foto: Arquivo pessoal/Junior Tabajara