Intensificando a pressão, o River conseguiu empatar o jogo com um gol do lateral Daniel, que cobrou escanteio e contou um erro de Rian para mandar a bola para o fundo das redes. O goleiro Rian — guardem esse nome — contava com uma intervenção do zagueiro que fazia a marcação na primeira trave. Como não houve, foi surpreendido, não conseguiu fazer a defesa ideal e deixou a bola escapar para o gol.

Só que havia um desfecho glorioso guardado para Rian. Como um reflexo da vida, o futebol proporciona que um atleta possa se recuperar de um erro em questão de minutos. Se das mãos dele havia escapado o gol de empate do River, foi por meio dele, que há seis meses deixou Boa Vista, em Roraima, e atravessou o país em busca de uma vida melhor, que o Municipal levou a taça.

— Depois que nosso time fez o gol, eu me senti mais forte e esperançoso. Mas aquele escanteio me atrapalhou muito. Esperei dentro do gol e acabei levando — disse Rian.

Nos pênaltis, o goleiro do time de Montenegro se redimiu do erro e garantiu a defesa de três cobranças. O rival ainda mandou uma bola no travessão, e o título veio com um 2 a 1, pois o Municipal errou outros três. Logo após o encerramento da disputa, Rian foi abraçado por todos os companheiros e erguido. Um roraimense que virou herói dos montenegrinos.

Foto : Pedro Petrucci / Agência RBS