Técnico conta com retrospecto favorável em jogos contra o rival. São 12 vitórias, 12 empates e apenas sete derrotas
A história de Renato Portaluppi no Grêmio passa, também, pela rivalidade que move o Rio Grande do Sul. Essa trajetória teve início em dias que ainda calçava chuteiras, usava meias arriadas e portava a camisa 7. E segue hoje, quando veste camisa social e fica com seu crucifixo na boca para tentar diminuir a ansiedade enquanto vê as peças que ele escalou em campo. É esse o personagem que comandará o Tricolor pela 32º vez no clássico de sábado no Beira-Rio.
Depois de escrever seu nome na história do Grêmio como jogador, Renato deu continuidade a uma nova carreira pelo clube do coração. Uma oportunidade que teve o então presidente Duda Kroeff e Alberto Guerra, diretor de futebol em 2010, como os responsáveis pela contratação do técnico. Ter aberto as portas a Renato rendeu a Duda a possibilidade de ver de perto um de seus ídolos no comando do time. E acompanhar como a rivalidade afeta até mesmo um dos maiores expoentes do futebol gaúcho:
— Renato é bem calmo, confiante. Mas todos ficam um pouco diferentes na véspera de Gre-Nal. Fica mais ansioso. Mas ele não não demonstra.
O primeiro clássico aconteceu em 2010. Em campanha de recuperação no Brasileirão, o Grêmio recebeu o Inter no Olímpico. André Lima abriu o placar no primeiro tempo. Fábio Rochemback foi expulso no início do segundo tempo e Alecsandro empatou o jogo. Fábio Santos recolocou o Tricolor em vantagem, mas D’Alessandro garantiu o empate.
A primeira vitória levaria alguns meses. Na decisão do Gauchão de 2011, no Beira-Rio, o Grêmio bateu o rival por 3 a 2. Na volta, uma das grandes decepções de Renato. A derrota para o Inter no Olímpico custou o título gaúcho. E deixou na história a cena do técnico abraçado à filha Carol, chorando a oportunidade perdida.
A revanche demorou oito anos. E veio somado a títulos da Copa do Brasil, Libertadores e Recopa Sul-Americana, além de taças de Gauchão para aumentar ainda mais o status de ídolo de Renato. Com uma estátua sua na esplanada da Arena, o técnico comemorou um título estadual sobre o rival. Depois de dois empates, o Grêmio comemorou o título nos pênaltis, em 2019.
Renato também esteve presente em um momento histórico na rivalidade de 115 anos. A primeira vitória em uma partida válida pela Libertadores teve a assinatura do atual comandante gremista. Em pleno Beira-Rio, o Grêmio contou com o gol de Pepê para garantir o 1 a 0 pela fase de grupos do torneio.
— Ele tem uma coisa especial com o Grêmio. Ele vai melhor. É um bom treinador, pode ir bem em qualquer lugar. Inclusive na Seleção Brasileira. Mas aqui ele é ainda melhor. O idolatram e o respeitam. Quando o jogador acredita no treinador, tudo fica mais fácil. E os jogadores aqui no Grêmio acreditam — opina Duda.
Além do sucesso em Porto Alegre, outro tricolor também carrega um peso especial no currículo de Renato. E que teve Roger como protagonista. O primeiro título da carreira de técnico do ex-camisa 7 contou com um gol do adversário deste sábado na decisão entre Fluminense e Figueirense na Copa do Brasil de 2007.
As passagens por Vasco, Flamengo, Athletico-PR e Bahia não renderam tantos frutos. Mas como é semana Gre-Nal, e poucas coisas carregam tanto peso nestes dias, o índice de resultados positivos favorece ao treinador gremista. Ele tem um aproveitamento de 52% na história contra o Inter. Ele pretende melhorar esse retrospecto nesta reta final de 2024, até para encerrar uma série negativa. São duas derrotas para o maior rival na temporada, somadas a outra no segundo semestre do ano passado – uma sequência jamais vista na Era Portaluppi no Grêmio.
Pelo Flamengo
Pelo Fluminense
Pelo Athletico-PR
Pelo Vasco
Pelo Bahia