O presidente não condenou os atos, mas reforçou o pedido para que os protestos ocorram "de outra forma, em outros locais"
Em postagem nas redes sociais no início da noite desta quarta-feira (2), o presidente da República derrotado nas eleições presidenciais deste domingo (30), Jair Bolsonaro (PL), pede aos manifestantes que desobstruam as rodovias e respeitem o “direito de ir e vir”. Desde a derrota no pleito presidencial, bolsonaristas inconformados com o resultado da eleição estão bloqueando estradas em protesto.
— Sei que vocês estão chateados, estão tristes, e esperavam outra coisa, eu também, estou tão triste quanto vocês, mas precisamos ter a cabeça no lugar. Os protestos e manifestações fazem parte do jogo democrático e, ao longo dos anos, muito disso foi feito pelo Brasil. (…) Mas tem algo que não é legal: o fechamento de rodovias pelo país prejudica o direito de ir e vir das pessoas. E está lá na nossa Constituição — afirmou Bolsonaro.
Bolsonaro expressou preocupação com os impactos na economia:
— E nós sempre estivemos dentro dessas quatro linhas. Eu tenho que respeitar o direito de outras pessoas que estão se movimentando, além de prejuízo a nossa economia — continuou o presidente. — Então eu faço um apelo a você: desobstrua as rodovias. Isso não faz parte das nossas manifestações legítimas.
Bolsonaro não rechaçou os protestos que estão sendo feitos em frente a quartéis pelos seus apoiadores, com pedidos de “intervenção militar” e “intervenção federal”.
— Outras manifestações que vocês fazem, em praças, faz parte, repito, do jogo democrático, fiquem à vontade. E deixo claro, vocês estão se manifestando espontaneamente. (…) Prejuízo todo mundo está tendo. O apelo que eu faço a você: desobstrua as rodovias, proteste de outra forma, em outros locais, que isso é muito bem-vindo, faz parte da nossa democracia.
Ao final do vídeo, o presidente repetiu o apelo:
— Por favor, não pensem mal de mim, quero o bem de vocês (…) Estou com vocês e tenho certeza que vocês estão comigo. O pedido é rodovias. Vamos desobstruí-las pelo bem da nação — reforçou.
*Fonte: GaúchaZH