Trabalhador de 63 anos foi atropelado por caminhão na Avenida Brasil no fim da tarde de segunda-feira (15)
O homem estava de bicicleta quando foi atingido pelo veículo de carga. Câmeras de videomonitoramento flagraram o momento do acidente.
Conforme a família, Pedro voltava para casa, no bairro Annes, depois do trabalho. Era seu primeiro dia em uma obra que acompanhava no bairro Petrópolis. A operação deveria ser rápida, de no máximo dois dias.
— É triste. Neste momento falam palavras, a dor é bastante grande. Ele sempre chegava em casa por volta das 16h30min, no máximo 17h. Estranhei a demora, pois sempre esperava ele com um mate pronto. Liguei para o celular e deu caixa postal. A preocupação já aumentou, parece que eu estava sentindo. Às 18h me ligaram e falaram o que tinha acontecido — contou o irmão, Alceni Adilso da Silva, de 57 anos.
Alceni mora no município goiano de Goiatuba e está em Passo Fundo há duas semanas para resolver pendências particulares. Segundo ele, a maior alegria de Pedro era seu trabalho.
— A gente sabe que esse é um serviço pesado. Mas para ele não tinha tempo ruim, dor ou cansaço. Pelo contrário, ele ficava doente quando não estava trabalhando. E essa é a imagem que vou guardar dele, de um homem apaixonado pelo que fazia. Mas, infelizmente, vim para cá para visitá-lo e vou embora com ele enterrado.
Sônia Veranice, 64 anos, amiga de Pedro, conta que ele andava de bicicleta por todos os cantos da cidade e nunca havia se envolvido em acidente.
— Ele era bastante experiente. Apesar disso, eu sempre pedia para ele tomar cuidado, pois o trânsito não é fácil. E a resposta era sempre a mesma: ‘Eu sei, eu me cuido’. É um momento de bastante tristeza e estamos buscando resposta para o que aconteceu. Queremos entender por que ele não estava na ciclovia.
Além de amiga, Sônia ajudava Pedro com os serviços domésticos da casa, lavando roupa, faxinando e limpando.
— Agora ficam as lembranças. As risadas, as conversas e os bons momentos compartilhados nos mais de 15 anos de amizade — lamentou.
Pedro era natural de Nonoai, no norte do RS, mas morava em Passo Fundo há 30 anos. Ele deixa três irmãos.
O velório do mestre de obras foi nesta terça-feira (15), na capela A do Cemitério Municipal da Vera Cruz. O sepultamento será no cemitério Jardim da Colina, às 16h30min.
O motorista do caminhão que acertou Pedro foi ouvido ainda na segunda-feira (14), logo depois do atropelamento. O resultado de seu teste do etilômetro foi negativo.
Segundo a investigação inicial, o condutor deu sinal de que entraria para a direita. De acordo com a delegada que investiga o caso, Daniela Minetto, ele poderá responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.