Trabalho mais recente do português foi no Bragantino, clube que dirigiu até outubro
O português Pedro Caixinha está entre os candidatos para assumir o Grêmio em 2025. O técnico de 54 anos deixou o Bragantino em outubro após ficar sete jogos sem vitória e não afastar o clube paulista da luta contra o rebaixamento.
Os resultados que culminaram na sua demissão nesta temporada contrastam com o desempenho de 2023. No ano anterior, sob o comando de Caixinha, o Bragantino fez a melhor campanha da sua história no Brasileirão de pontos corridos. Na ocasião, o time ficou na sexta posição, com 62 pontos, e conquistou vaga na pré-Libertadores.
Em 2024, não passou da semifinal do Paulistão, da fase preliminar da Libertadores, e das oitavas de final da Sul-Americana e da Copa do Brasil.
— Chama atenção o quanto ele sabe exatamente o que ele quer que a equipe dele faça no jogo, do começo ao fim, nas fases de construção, finalização, quando está com a bola. Ele busca ter um alto volume de chances e de pressão para retomar a bola. O Caixinha explica isso claramente para os jogadores e para a imprensa — comenta o jornalista Rodrigo Seixas, do Correio de Atibaia, que acompanhou o trabalho do técnico no Bragantino.
Caixinha fez 124 jogos no Bragantino, com 50 vitórias, com 38 empates e 36 derrotas. Aproveitamento foi 50,53%.
— Em 2024, o trabalho não deu tão certo. Você também tem de levar em conta os adversários, as lesões e o elenco do Bragantino. O Caixinha teve dificuldade de retomar o futebol do time. Ele é muito exigente. Isso pode ter gerado muito desgaste, porque é um técnico que exige bastante do elenco. Acho que as ideias dele já não tinham o mesmo efeito sobre o time — avalia Seixas.
Após carreira sem expressão com goleiro, deixou os campos para se dedicar aos estudos. É formado em Ciências do Desporto, com especialização em Futebol, além de ter mestrado em Treino de Alto Rendimento e os cursos exigidos pela Uefa para trabalhar na elite do futebol europeu.
Caixinha passou pelas bases do Desportivo Beja e foi auxiliar técnico de José Peseiro no Sporting — nesse período, teria conhecido e se tornado amigo de José Mourinho, que o teria incentivado a tirar a Licença A da Uefa.
Em 2010, lançou-se como treinador “solo” no União Leiria, de Portugal. Ao mergulhar na nova carreira, Caixinha tornou-se um cidadão (ou treinador) do mundo.
Trabalhou no Catar, Arábia Saudita, Escócia e Argentina. Contudo, foi no México que alcançou a melhor fase da carreira. No Santos Laguna, conquistou a Copa MX Apertura de 2014, a Liga MX Clausura de 2014/2015 e o título de Campeão dos Campeões em 2015 — taças erguidas ao lado do goleiro Marchesín, atualmente no Grêmio. O desempenho lhe rendeu uma segunda passagem pela equipe, em 2022. Pelo Cruz Azul, venceu a Copa MX Apertura de 2018 e a Supertaça Mexicana de 2019.
Antes de chegar ao Bragantino, passou pelo Talleres, da Argentina, onde ficou apenas seis meses e levou o time às quartas da Libertadores de 2022.