José Otávio Germano nega e afirma que autoridades "confundiram pó pelotense com droga". Político está afastado do cargo pelo período de 180 dias por determinação judicial. Na quinta-feira, ele foi um dos alvos de operação que apura fraudes em licitações.
O prefeito afastado de Cachoeira do Sul, José Otávio Germano (PP), tinha uma pequena porção de cocaína em casa, segundo a Polícia Civil e o Ministério Público (MP-RS). Na quinta-feira (29), a residência onde o político mora foi um dos locais em que foram cumpridos mandados de busca e apreensão.
O político está afastado cautelarmente do cargo pelo período de 180 dias por determinação judicial. O MP realizou uma operação para apurar possíveis fraudes em processos de licitação no município. Além de José Otávio Germano, outros oito servidores públicos foram afastados.
O g1 entrou em contato com o prefeito afastado, mas não foi atendido. Em nota enviada ao portal O Correio, de Cachoeira do Sul, José Otávio Germano afirmou que as autoridades “confundiram pó pelotense com droga”. “Utilizo em minhas feridas e assaduras por recomendação médica”, assegurou.
A prefeita em exercício, Angela Schumacher Schuh (PP), disse que “o município está colaborando com as investigações” e que “pedirá acesso aos autos do processo, por meio de sua Procuradoria Jurídica, para garantir a segurança jurídica dos atos administrativos que deverão ser praticados pela Administração Pública”.
Foram cumpridas ordens judiciais na sede da prefeitura e das secretarias municipais de Admnistração e Fazenda, Interior e Transportes, Meio Ambiente e Obras, além das residências de agentes públicos, como José Otávio Germano, agentes privados e empresários. Foram apreendidos documentos e equipamentos eletrônicos.
Em relação aos empresários, o MP informou que foram cumpridos mandados de proibição de exercer direta ou indiretamente qualquer atividade de natureza econômica ou financeira com o Poder Público e suspensão dos contratos firmados com o município.
“As investigações preliminares apontam que havia um ajuste entre as empresas contratadas e administradores locais no sentido de receber parcelas derivadas dessas licitações, valores esses que eram utilizados no custeio de despesas pessoais de administradores”, disse o procurador-geral do MP-RS, Alexandre Saltz.
Conforme Saltz, “existem indícios muito fortes desses fatos apontados”. Os documentos apreendidos serão analisados e, a partir do relatório que será feito, se decidirá por oferecer denúncia à Justiça ou não.