Ricardo Vanzen, 43 anos, foi encontrado morto em 1º de maio no bairro Jardim América. Homens foram indiciados por homicídio com motivo torpe e mediante recurso que impossibilitou ou dificultou a defesa da vítima
A Polícia Civil concluiu nesta quinta-feira (27) o inquérito da morte de Ricardo Franzen, 43 anos, ocorrida em 1º de maio, em Passo Fundo. A motivação do assassinato, segundo a polícia, foram desavenças após danos em uma propriedade rural localizada no bairro Jardim América. Dois homens foram indiciados pelo crime, sendo o arrendatário da propriedade e um funcionário dele.
Ricardo Franzen, então presidente do Jipe Clube de Passo Fundo, foi encontrado morto na beira da estrada Afonso Bortolin Escobar, no bairro Jardim América. Ele estava a poucos metros da própria caminhonete e apresentava golpes de faca pelo corpo.
Após a investigação, a polícia concluiu que dois homens tiveram participação no crime. André Giovani Neckel, 42 anos, arrendatário da propriedade, que desferiu os golpes, e Franck de Souza Fróes, 25, foram indiciados por homicídio com motivo torpe e mediante recurso que impossibilitou ou dificultou a defesa da vítima.
Em depoimento à polícia, o arrendatário disse que um membro do grupo de jipeiros presidido por Vanzen teria entrado em sua propriedade sem autorização e causado um dano de aproximadamente R$ 30 mil. Desde então ele buscava o ressarcimento.
Já os advogados que representam a família da vítima informaram que os danos à propriedade teriam sido avaliados em R$ 5 mil e eram negociados entre as partes. O arrendatário da propriedade alegou à polícia que agiu em legítima defesa, versão que foi contrariada por testemunhas, conforme a delegada responsável pelo caso, Daniela Mineto.
— Houve luta corporal. Em seguida, chega o segundo envolvido e fica a vítima contra os dois indiciados. As testemunhas afirmam que faca não foi vista com Ricardo. Após os golpes, os dois indiciados fugiram. A motivação seria dinheiro, por causa do dano à propriedade — disse.
O advogado da família da vítima, Jabs Paim Bandeira, ressaltou o trabalho da investigação e disse que aguarda pela denúncia do Ministério Público:
— Foi um trabalho eficiente da polícia, a cargo da Delegada Daniela. Agora estamos esperando pela denúncia da promotoria, sobre as qualificadoras que irá agravar mais a pena que será proposta na denúncia para os dois indiciados — relatou.
A defesa de André informou que ainda não teve acesso ao inquérito, mas disse que ele estava trabalhando no momento do fato e tem convicção que o cliente é inocente, o que pretende provar durante o processo, caso seja aberto por entendimento do Ministério Público. Confira a nota na íntegra abaixo, assinada por Leonardo Donato, da Roque Advogados:
“A defesa técnica ainda não teve acesso à integralidade do inquérito, que é um procedimento administrativo conduzido de forma unilateral pela Polícia Civil e sem maior possibilidade de exercício do contraditório. De todo modo, a defesa está sendo conduzida de forma técnica, dentro dos autos, com a discrição e o respeito que o caso e as partes merecem. André, como homem de família e trabalhador que é, estava laborando no momento do fato — em seu local de trabalho —, se apresentou espontaneamente na Delegacia desde o primeiro momento e, dos elementos que foram apurados até aqui — inclusive com base no relato das testemunhas do fato — tem-se a firme convicção de que a responsabilidade penal não se justifica no caso concreto.
A defesa aguardará a posição do Ministério Público, que é o titular da ação penal, para, se for o caso, inaugurado a fase processual, exercer o contraditório e a plenitude de defesa, de modo a evidenciar a inocência de André.”
A defesa de Franck não foi localizada até a publicação. O espaço segue aberto.