Três delas já foram presas; investigação aponta que suspeito de Imbé oferecia também emprego às mulheres em uma empresa de fachada
A Polícia Civil acredita que ao menos dez mulheres entregavam seus filhos para serem abusados sexualmente em troca de dinheiro. Três delas já foram presas, incluindo uma jovem de 23 anos, detida na última quarta-feira (17), em Porto Alegre, por permitir o abuso das filhas de um e três anos. O suspeito de cometer os abusos está preso desde abril.
A delegada Camila Defaveri, da 1ª Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), tem monitorado outras sete mulheres que também estariam sendo aliciadas. Algumas delas, inclusive, seriam de fora do Rio Grande do Sul.
As investigações apontam que o homem de 41 anos, buscava as mulheres em sites de prostituição. Os alvos seriam aquelas que possuem filhos menores de idade, principalmente do sexo feminino. Uma perícia realizada no celular do homem preso revelou conversas dele com as mães, nas quais eram combinadas as quantias para os supostos abusos. De acordo com a investigação, após o acerto, o homem ia até as cidades onde as meninas residiam e as levava até o local onde os abusos aconteciam, que seria em Imbé, no Litoral Norte. Depois, oferecia uma série de benefícios, além de encontros em família, antes de praticar os atos. Os pagamentos eram feitos mensalmente por pix.
— Em um dos casos, ele pagou R$ 6 mil para passar um final de semana com uma mulher e a filha em um hotel. Foi depositado metade do valor antes e outra metade depois. Ele oferecia um “cardápio” de abusos, com diferentes práticas feitas com a mulher e com a criança, às vezes junto. Para cada ato, era um valor diferente — comenta a delegada.
Além disso, o homem ofertava psicólogos para os menores de idade e empregos para as mães. Segundo a delegada, elas eram “contratadas” por uma empresa de fachada no ramo de empréstimos, da qual ele era o proprietário, para que o esquema não fosse vazado.
— Ele oferecia os cargos em troca do silêncio, e as chamava de “digitadoras”. Ainda estamos investigando se isso era de fato um cargo da empresa. Mas fomos no endereço, e vimos que não há nada funcionando — complementa.
Os nomes das mulheres não estão sendo divulgados para não expor as vítimas.
O advogado Nelson Elias, que defende uma delas, diz que sua cliente nunca expôs os filhos a essa situação.
— Ela foi contratada como garota de programa, mas nunca mandou nada da sua filha — alega.