Polícia apura caso de paciente que morreu dois meses após ter gaze esquecida dentro do corpo durante parto no RS - Agora Já -

Polícia apura caso de paciente que morreu dois meses após ter gaze esquecida dentro do corpo durante parto no RS



Marido afirma que mulher se queixava de dores abdominais. Ultrassonografia em unidade de pronto atendimento confirmou a presença do material no organismo. Hospital São Francisco de Assis nega a versão e sustenta que "todas as medidas adotadas foram corretas".

Foto: Foto: Divulgação/Hospital São Francisco de Assis
24 de agosto de 2023

A Polícia Civil investiga o caso de uma paciente que morreu, na quarta-feira (23), cerca de dois meses após realizar um parto por cesárea no Hospital São Francisco de Assis, em Parobé, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Exames de imagem apontaram que havia gaze dentro do corpo de Mariane Rosa da Silva Aita, de 39 anos.

A assessoria de imprensa da Fundação de Saúde de Novo Hamburgo confirma que foi realizada uma ultrassonografia em Mariane, no dia 14 de agosto, que confirmou que havia o material no organismo da mulher.

Em nota, o Hospital São Francisco de Assis afirma que o falecimento se deu por “complicação pós-cirúrgica descrita na literatura e não previsível”. A instituição acrescenta que “todas as medidas adotadas foram corretas” e que trabalha “há mais de 40 anos pautado nos ditames éticos e legais vigentes para oferecer a melhor assistência”. (Leia a íntegra do documento abaixo)

Conforme o marido de Mariane, Cristiano Silva, de 44 anos, algum tempo após receber alta hospitalar a mulher começou a se queixar de de dores na região abdominal. Diante da recorrência das reclamações, eles buscaram atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Novo Hamburgo.

“Não conseguia dormir, chorava de dor. A dor importuna, né?”, relata Cristiano.

Segundo o homem, após a realização de exames na UPA foi constatado que a mulher tinha gaze dentro do corpo. A recomendação foi que eles retornassem ao Hospital São Francisco de Assis. Ao voltar para o local em que foi feito o parto e apresentar os laudos, Cristiano afirma que um funcionário da casa de saúde “saiu correndo” e que o documento “não foi devolvido”. O hospital nega a informação.

Mariane ficou internada e passou por duas cirurgias. Ela teria passado por um primeiro procedimento logo após dar entrada no hospital, para retirar um abscesso, e um segundo, na manhã de terça-feira, que não teria sido comunicado aos familiares, segundo a versão do marido. No dia seguinte, foi confirmado o óbito.

O caso foi registrado pela família na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Parobé. De acordo com o delegado Francisco Leitão, à frente da investigação, as partes envolvidas no caso serão ouvidas nos próximos dias.

O velório de Mariane está ocorrendo na manhã desta quinta. O sepultamento será realizado à tarde, no Cemitério Municipal de Novo Hamburgo.

Nota do Hospital São Francisco de Assis

 

Tendo em vista o óbito noticiado na imprensa local, o HSFA esclarece que as matérias publicadas possuem informações inverídicas, eis que conforme prontuário e relato dos profissionais envolvidos no atendimento, o óbito ocorreu por complicação pós-cirúrgica descrita na literatura e não previsível. O tratamento requer intervenção cirúrgica e todas as medidas adotadas foram corretas.

Ao contrário do noticiado, em nenhum momento a causa da morte foi informada pelo hospital como sendo ‘causas naturais’.

Lamentamos profundamente a perda da família e todas as informações referentes ao atendimento estão à disposição dos familiares.

Por fim, gostaríamos de deixar claro que, mesmo com dificuldades, trabalhamos há mais de 40 anos pautados nos ditames éticos e legais vigentes para oferecer a melhor assistência para a região de mais de 2 milhões de pessoas atendidas pelo HSFA e que não toleraremos notícias falsas e caluniosas contra esta instituição e seus colaboradores.

Fonte :  g1 RS
 Foto: Divulgação/Hospital São Francisco de Assis

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