Levantamento feito na quarta-feira mostrou que diferença era de 9,26%; na manhã desta quinta, percentual saltou para 19,2%
No dia em que entrou em vigor e nova alíquota do ICMS sobre a gasolina, GZH visitou 20 postos de combustíveis, na manhã desta quinta-feira (1º), em Porto Alegre, e observou que 13 estabelecimentos ainda não tinham repassado ao preço na bomba a alta da tributação. A mudança elevará em R$ 0,29 o tributo recolhido por litro no Rio Grande do Sul.
Entre os locais onde a reportagem esteve, o menor valor para o litro da gasolina comum nas primeiras horas após o reajuste era R$ 4,77 — no posto que fica dentro de um hipermercado na esquina da Avenida Bento Gonçalves com a Rua Albion, na Zona Leste, e ainda não havia repassado o reajuste para a bomba, ou seja, o valor era o mesmo praticado no dia anterior.
O mais caro, R$ 5,69, era vendido na Avenida Teresópolis, na Zona Sul, onde, na quarta-feira (31), o preço era R$ 4,99. O aumento, nesse caso, foi de 14% — ou R$ 0,70, mais do que o dobro dos R$ 0,29 do novo índice do ICMS.
A diferença entre o preço por litro mais caro e o mais barato encontrada na manhã desta quinta-feira é de R$ 0,92, ou seja, 19,2%. Esse percentual dobrou em relação à quarta-feira, quando a variação entre o litro mais caro e o maus barato era de 9,26%.
Frentistas e gerentes afirmam que a manutenção do valor ao consumidor nas primeiras horas de vigência da nova tributação ocorreu porque ainda havia estoque nos postos. A expectativa era de que, no decorrer da tarde, as reservas já fossem renovadas, com o combustível mais caro, e a diferença começasse a ser repassada ao cliente.
As primeiras horas do dia foram de poucas filas, mesmo em locais que mantiveram o preço da quarta-feira. O gerente de um posto na Avenida Bento Gonçalves, que preferiu não se identificar, aponta para um fator que ele considera crucial neste momento de reajuste de preços: a diferença de negociação entre postos com bandeira — e um único fornecedor fixo — e os locais sem bandeira, que podem pesquisar o melhor valor entre diferentes distribuidoras.
Na Zona Norte, um posto na Avenida Farrapos na esquina com a Avenida Cairú teve fila de carros. Cobrando R$ 4,89 pelo litro da gasolina comum, mesmo preço da véspera, ainda sem a alteração do ICMS, os frentistas recebiam motoristas de aplicativos e outros interessados em completar o taque antes do reajuste na bomba. O gerente não quis comentar, mas a reportagem apurou que um caminhão com combustível comprado nesta quinta, já com o preço mais alto, estava a caminho para repor o estoque da mais barata, que se encaminhava para o fim.
— Eu rodo cerca de 300 quilômetros por dia, em média. Já vou nos postos que conheço e aproveito os descontos que dão pagando por aplicativo — diz Everton Moura, 36 anos, motorista de aplicativo desde 2015, enquanto o frentista completa o tanque do Citröen C3.
Mais cauteloso, Vinicius Motta, 34, prefere abastecer quantidades menores por conta do fluxo de caixa no aplicativo. Ele comprou R$ 100 em gasolina comum, mas não aproveitou o desconto dado pelo aplicativo da bandeira do posto.
— Se enchesse o tanque, daria mais do que R$ 150, ainda tá caro. E a tendência é só aumentar — comenta, sem sair do volante do Fiesta em que levava ma passageira da Restinga enquanto procurava pelo posto com preço mais em conta. — Não encontrei nada abaixo de R$ 5 na Zona Sul — atesta.
Na pesquisa feita nesta manhã, chamou atenção a diferença entre o preço médio da gasolina em cada região da cidade.
A Zona Leste registrou a menor média de preço entre cinco postos visitados: R$ 4,96. Na Zona Sul, considerando o mesmo número de estabelecimentos, estava a média mais cara: R$ 5,32. A diferença entre os valore smédios das duas regiões é R$ 0,36, ou 7,2%.
Preço médio na manhã de 1º/6: R$ 5,03
Preço médio na manhã de 1º/6: R$ 4,96
Preço médio na manhã de 1º/6: R$ 5,09
Preço médio na manhã de 1º/6: R$ 5,32