Candidatos se dizem favoráveis à manutenção, e falta de ofertas pesam para sequência no cargo
Eduardo Coudet só não será técnico do Inter em 2024 se ocorrer uma reviravolta enorme daqui até dezembro. Algo como uma sequência tão ruim de resultados que leve a equipe para o Z-4 ou uma proposta tentadora do futebol europeu. Nenhum dos cenários parece possível no momento. Assim, não importa quem vença a eleição no final do ano, a tendência é de que o “Chacho” siga na casamata na próxima temporada.
O trabalho de Coudet é avaliado positivamente por todas as pessoas envolvidas na eleição. O início capenga no Brasileirão foi compreendido como necessário para enfrentar a Libertadores. E nem mesmo a queda traumática para o Fluminense manchou a confiança. A vitória no Gre-Nal reforçou a certeza.
Outro ponto é que o argentino está ambientado ao Beira-Rio. E, em avaliação geral, não há nome superior disponível no mercado. Os dois candidatos falaram abertamente sobre o tema, embora prefiram evitar o aprofundamento na questão.
Disse Alessandro Barcellos:
— Coudet é o nosso treinador. Estamos muito satisfeitos com o seu trabalho, e temos uma relação e uma proximidade que não são de agora. Além disso, tem a cara do Inter que nós gostamos de ver jogar. Tudo o que pudermos fazer para a manutenção dele será feito.
Disse Roberto Melo:
— Sempre gostei muito do trabalho do Coudet, e penso que a manutenção da comissão técnica é recomendável quando há um bom trabalho. Alguns dirigentes que gostam dele hoje nem sequer o conheciam quatro anos atrás, quando eu o trouxe ao Inter.
Por enquanto, não houve conversas entre os dois candidatos para negociar uma possível antecipação de renovação. O contrato de Coudet com o Inter vai até dezembro de 2023. O entendimento é de que não há pressa.
Primeiro porque ainda faltam 12 rodadas no Brasileirão. A colocação final na tabela ajudará a definir o orçamento e os objetivos para a próxima temporada. Além disso, sempre gera um desgaste esse tipo de negociação em meio aos jogos.
A segunda razão é que, até agora, não há concorrência. No futebol argentino, o nome de Coudet não circula como favorito para a próxima temporada. Ao menos é o que aponta a imprensa do país vizinho. Segundo o jornalista Alejandro Panfil, do La Nación, nenhum dos cinco principais clubes devem apresentar propostas. Nem mesmo o River Plate, onde Chacho tem uma história como jogador, e o Racing, que está sem técnico desde a saída de Fernando Gago e onde o treinador trabalhou em 2019. Essa identificação deve impedi-lo de ser procurado pelo Boca Juniors, o Independiente está satisfeito com Carlos Tévez e o San Lorenzo tem o ídolo Rubén Insúa no comando.
— O Racing precisa de treinador para agora, e o preferido é o Gustavo Alfaro. Não acredito que o clube iria esperar até 2024 pelo Coudet. Já o River Plate, no cenário atual, não acredito que vá mudar de treinador, pois o Martín Demichelis foi campeão argentino e deve continuar. Apesar da queda na Libertadores, ele tem crédito — afirma Panfil.
No Brasil, uma possível ameaça era o Flamengo, que chegou a pensar no técnico em uma de suas tantas trocas de comando. Mas o acordo com Tite terminou com essa possibilidade. As demais potências do país, com exceção do Botafogo, estão com os cargos ocupados. E o atual líder do Brasileirão não mexerá na casamata até o final do Brasileirão. Por isso, o provável é que o técnico ganhe mais tempo para cumprir sua palavra, dada no dia da apresentação:
— Falei que eu tinha uma dívida com o clube e aqui estou. Estou muito contente, com muita expectativa.
E ele não se referia apenas a retornar. O objetivo é devolver o Inter ao caminho dos títulos.