Há nove dias sem luz, moradora de Pelotas precisa alugar gerador para armazenar insulina - Agora Já -

Há nove dias sem luz, moradora de Pelotas precisa alugar gerador para armazenar insulina



Segundo CEEE Equatorial, apenas pontos isolados seguem sem luz. Moradores enfrentam falta do serviço desde passagem do último ciclone, que provocou ventos na região.

Foto: Foto: Reprodução
23 de julho de 2023

Há nove dias sem luz, Zoaldina Silveira Farias precisou alugar um gerador para não perder as doses de insulina, que precisa para tratar a diabetes. Moradora de Pelotas, na Região Sul do estado, ela enfrenta, junto com outros, a falta do serviço desde a passagem do último ciclone, que levou ventos intensos à região.

“Complicado. É falta de consideração com as pessoas. Eles ligaram pra umas casas e não ligaram pra outras”, relata a dona de casa, que mora na Estrada da Costa. Com a necessidade de aplicação diária do medicamento, ela precisou arcar com o aluguel de R$ 750 para alugar o gerador e manter as doses resfriadas.

A CEEE Equatorial, concessionária de energia responsável pelo serviço na região, informa em nota que a falta de energia atinge “pontos isolados”. Leia nota completa abaixo.

O responsável pelo núcleo do consumidor na Defensoria Pública do RS, Rafael Magagnin, acompanha a situação e não descarta a possibilidade de ingressar com uma ação coletiva na Justiça. Conforme explica o órgão, a tarifa mínima não pode ser cobrada pelos dias que ficaram sem luz.

Segundo a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs), cerca de 900 clientes ainda estariam sem energia elétrica. A agência explicou que já pediu que a CEEE Equatorial passe por fiscalização. Para a próxima semana, está prevista uma reunião na Agência Nacional de Energia Elétrica para tratar sobre essa situação.

Protestos e prejuízos

 

A falta de luz vem motivando manifestações. Nesta sexta-feira (21) moradores bloquearam a passagem de um dos carros da empresa.

“A gente acaba ficando sem esperança, porque a gente sabe que esse é um direito, que tá na constituição. Água e luz é um bem que a gente tem direito. E a gente vê que ninguém acaba se engajando”, reclama a jornalista Gabriela Mazza.

Uma loja de móveis planejados está com entrega atrasadas. “Uns oito projetos estão para serem entregues e não foram. Prejuizo, oito funcionários parados, tem que pagar esses funcionários de qualquer jeito”, reclama o montador de imóveis Carlos Rafael da Rosa Mattos.

Moradores de outros municípios também passam pela mesma situação. Em São Lourenço do Sul, um protesto aconteceu na frente da sede da CEEE Equatorial.

“O meu trabalho tá parado. Quem vai pagar minhas contas no final do mês? O gerador batendo direto, 2 horas de manhã, 2 horas ao meio dia, 2 horas durante a noite pra tentar manter e segurar nossos alimentos dentro do freezer”, relata Elissandra Grodten, proprietária de um salão de beleza.

“Eles [empresa de energia] passaram aqui há dois dias atrás, apenas olharam e nada de fazer alguma coisa. A gente pede um pouco de respeito com a população”, desabafa a agricultora Carina Venzke.

Nota da CEEE Equatorial

 

A CEEE Grupo Equatorial Energia opera em normalidade, na manhã de quinta-feira (20), em todas as regiões da área de concessão, após o forte Ciclone Extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul. A companhia de energia atende apenas pontos isolados localizados principalmente na região Sul.

A CEEE Grupo Equatorial Energia ressalta que o fenômeno foi uma dos mais devastadores ocorridos no estado.

Fonte : RBS TV e g1 RS
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