São Paulo analisa a contratação de camisa 10 do Tricolor
O Grêmio está pronto para encerrar a passagem de Ferreira pelo clube. Dono da camisa 10 e de um dos maiores salários do time, o atacante não deve permanecer para o ano que vem. Prestes a completar 26 anos (o aniversário do jogador é no dia 31 de dezembro), sua saída é tratada como provável pela direção. Apesar de algumas sondagens do Exterior, a tendência é que o mercado brasileiro seja o destino provável. O São Paulo tem feito algumas sondagens pela situação do atleta, e a expectativa é de que as tratativas evoluam nos próximos dias.
Inicialmente, as conversas com o São Paulo envolveram um cenário que o Grêmio prefere evitar. Segundo fontes consultadas por ZH, os paulistas ofereceram dois jogadores por empréstimo como pagamento pela ida de Ferreira ao Morumbi: os volantes Luan e Gabi Neves. Esse modelo não deve avançar.
Não se descarta entre as partes que as conversas evoluam para uma negociação por empréstimo, mas com outros termos. Ferreira tem contrato com o Grêmio até dezembro de 2024 e está entre os maiores salários do grupo. São cerca de R$ 700 mil mensais para um jogador que atualmente não é titular.
Desde que assinou a renovação, em janeiro do ano passado, o atacante fez apenas 41 jogos. São sete gols, somente um em 2022, e seis assistências. O Tricolor é dono de 35% dos direitos econômicos do atacante. O restante é dividido entre Pablo Bueno, empresário do atleta, e o Dourados-MS, clube formador.
Ferreira surgiu no Grêmio como o jogador que daria sequência na linha de produção de pontas. Após Pedro Rocha, Everton Cebolinha e Pepê, ele apareceu como o nome capaz de seguir a tradição de jogadores revelados na base a assumir papel de protagonista no time principal. Mas a série de turbulências, principalmente fora do campo, minaram essa oportunidade. Além das polêmicas durante as negociações de renovação, como ocorreu em 2020, também teve o episódio da venda frustrada para o Atlanta United, em 2021, e a bronca de Felipão.
— Saída do Ferreira? Não sei disso. Sei que nós últimos três dias ele não apareceu para fazer o tratamento. Não sei de nada sobre a saída. Estava olhando o jogo e não sei o que houve. Sei pelas fichas que ele não compareceu. O que houve? Não sei — disparou o técnico na época.
Os casos mais recentes de problemas foram com as lesões. Uma muscular sofrida em fevereiro de 2022 se arrastou por meses. As dificuldades físicas se repetiram nessa temporada. Uma situação que Renato Portaluppi revelou em alguns momentos do ano.
— Eu vejo ele todos os dias, tenho conversado, cobro bastante. Precisa se entregar um pouco mais nos treinos para aguentar os jogos. Se ele pegar os adversários a 100km/h, não vai aguentar — disse Renato, após o empate entre Goiás e Grêmio, em julho.
O mato-grossense de Dourados trilhou um caminho muito mais longo do que os alguns dos jovens vindo da base no Grêmio. Após chegar ao clube em 2014, teve pouco destaque nas equipes de formação. Foi emprestado ao São Luiz para a disputa da Divisão de Acesso em 2016 e teve bom desempenho. O rendimento o garantiu um lugar na categoria sub-20 e no grupo que viajou em 2017 para a disputa da Copa São Paulo. Ferreira foi o reserva de Pepê, mas teve rendimento discreto. Entrou em quatro jogos, mas não marcou gols.
Sem perspectiva de aproveitamento no time principal, foi emprestado em boa parte do ano de 2018 para dois clubes paranaenses. Disputou o estadual pelo Toledo e jogou a Série D com o Cianorte. Foi emprestado para o Aimoré para a disputa do Gauchão de 2019, mas praticamente não conseguiu jogar no clube por conta de uma lesão no pé. Mas nesse ano, entrou no radar de Renato após ser o grande destaque do Brasileirão de Aspirantes. Marcou 11 gols em 16 jogos e começou a ter chances no time profissional do Grêmio na temporada seguinte.
Em 2021, em sua melhor temporada como profissional, marcou 14 gols e deu 13 assistências em 52 jogos. Ao todo, em quatro anos como profissional pelo Tricolor, tem 148 jogos e 25 gols.