Treinador colorado levou vantagem no duelo do clássico
O Gre-Nal 443 deste sábado (19), no Beira-Rio, teve o Inter como vitorioso. Os holofotes antes de a bola rolar estavam nas casamatas para o primeiro duelo entre Renato Portaluppi e Roger Machado no maior clássico gaúcho. O placar refletiu a vitória tática do treinador colorado sobre o gremista.
Com Rogel e Fernando, que voltavam de lesão, no banco, Clayton Sampaio e Rômulo começaram como titulares do Inter. Dos jogadores que estavam no DM, apenas Borré iniciou o clássico. No Grêmio, Renato Portaluppi mandou a campo o time esperado com Edenilson e Aravena pelos lados e Soteldo e Monsalve no banco.
O começo do Gre-Nal teve uma superioridade do Grêmio, que fazia encaixes de marcação bem definidos. Edenilson era o encarregado de marcar Bernabei, impedindo que o argentino fosse a válvula de saída pelo lado esquerdo colorado. Dodi perseguia Alan Patrick, que estava mais recuado que Bruno Henrique nos momentos de posse — o camisa 8 procurava atacar espaços na entrelinha gremista.
Esse bom momento do Grêmio durou menos de 20 minutos. Foi logo após Dodi sofrer um corte no rosto em lance com Alan Patrick que Marchesín forçou a parada do jogo pedindo atendimento médico. Roger Machado, então, aproveitou o tempo para conversar com seus jogadores e reorganizou a saída de bola do Inter.
Na retomada da partida, Rômulo e Bruno Henrique mudaram seus posicionamentos. Rômulo passou a recuar entre os zagueiros para fazer uma saída de três gerando superioridade contra Braithwaite e Cristaldo, movimento que liberava Bernabei e Bruno Gomes para empurrar Edenilson e Aravena para trás.
O Inter passou a dominar o clássico após essa mudança. Ora Vitão conduzia a bola e passava pela primeira linha de marcação do Grêmio gerando superioridade numérica para o Colorado. Em outros momentos, Bruno Henrique caia pela esquerda e conseguia encontrar bons passes. Foi a partir de uma arrancada de Vitão que o Inter construiu sua primeira boa chance com Wesley.
Como Edenilson estava ocupado de Bernabei, Wesley partia para duelos diretos com João Pedro. O camisa 11 foi o principal destaque do Inter, que só não abriu o placar pela boa atuação de Marchesín. O Colorado terminou a primeira etapa com dez finalizações contra apenas uma do Grêmio, de Aravena, antes da mudança tática de Roger.
— Abri muito linha de três, porque com encaixes individuais os meus laterais vão levar seus marcadores para a profundidade do campo, os volantes vão ficar com bastante espaço para marcar no meio-campo e vou ter espaço para jogar — explicou Roger sobre sua estratégia após o Gre-Nal.
A volta do intervalo teve o mesmo ritmo da etapa inicial com o Inter ocupando o campo de ataque. Renato Portaluppi fez as primeiras trocas aos 10 minutos com Soteldo e Monsalve nos lugares de Edenilson e Aravena. Soteldo entrou pelo lado esquerdo e Aravena foi para o lado direito com a responsabilidade de marcar Bernabei, papel que vinha sendo feito por Edenilson. Roger respondeu com Bruno Tabata no lugar de um apagado Gabriel Carvalho e Fernando na vaga de Rômulo.
Mais uma vez, Roger levou a melhor sobre Renato. O Grêmio não ganhou poder ofensivo com as trocas e ainda enfraqueceu a marcação sobre Bernabei. O gol de Borré saiu exatamente por um chute do argentino, que não estava marcado por Aravena, em jogada iniciada pela direita com Tabata.
Em desvantagem, Renato mandou Diego Costa, Arezo e Pepê a campo. O Grêmio passou a apostar em cruzamentos e até esteve perto do gol quando o Inter mostrou fragilidade no jogo aéreo.
O Gre-Nal, porém, acabou vencido por quem jogou melhor na maior parte do tempo. Foi o Inter de Roger, que venceu o duelo tático com Renato Portaluppi.