Contra o Bahia, técnico pode adaptar a equipe ao 4-3-3 ou manter no 4-4-2, com Borré e Alario na frente
O estiramento do ligamento colateral medial do joelho esquerdo de Alan Patrick afastará dos gramados o capitão do Inter por dois meses. Até setembro, Roger Machado terá de suprir a ausência do camisa 10 com alguma das alternativas do grupo atual ou buscar no mercado um meia de características semelhantes. Contra o Bahia, a tendência é pela alternativa número 1: Gabriel Carvalho receberá oportunidade.
Aos 16 anos (completa 17 em agosto), o meia é apontado como uma das principais promessas da base colorada. O clube aposta tanto nele que basicamente o fez pular da categoria sub-17 para a sub-20 por um curto período de tempo e já integrá-lo ao time principal.
As primeiras amostragens foram positivas. Gabriel Carvalho estreou entrando no segundo tempo contra o Vitória e dando assistência para o gol de Wesley. Depois, sua segunda participação também foi como substituto, contra o Juventude, e teve atuação elogiada. Contra o Rosario Central, em seu primeiro jogo no Beira-Rio, sucumbiu junto aos companheiros. Agora, deverá aparecer desde o início contra o Bahia no sábado à noite.
De contrato renovado até o final de 2028, sua multa subiu para mais de 60 milhões de euros (o equivalente a cerca de R$ 360 milhões). Agora o clube se sente mais confortável para colocá-lo em campo sem temer o assédio de gigantes europeus.
Ainda haverá um treino, na sexta-feira (26), antes da viagem para Salvador. Nele, Roger definirá se Gabriel Carvalho será mesmo o titular ou se adaptará a equipe. Sem Alan Patrick, ele poderá usar o sistema 4-3-3 (o mesmo do Juventude), mantendo Wesley aberto pela esquerda e dando campo para Borré ou Valencia ocuparem o lado direito.
— Adaptamos de acordo com o elenco. Agora observo os jogadores para escolher o melhor tipo. É possível ter alternâncias. A única preferência que tenho é de jogar com linha de quatro na defesa. Dali para frente já usei com diferentes variações — falou Roger, na entrevista coletiva de apresentação.
A partir de sábado será possível ver um pouco mais das ideias do novo técnico.
A alternativa que implica em menos mexidas no sistema. Roger montaria a equipe com um losango no meio-campo, tendo Rômulo na cabeça de área, deixando Bruno Henrique e Bruno Gomes como volantes para auxiliar na contenção e iniciar as jogadas. O trio escuda o armador (possivelmente Gabriel Carvalho) e dá liberdade à dupla Borré e Valencia.
A favor do sistema, a manutenção das características principais dos jogadores, sem tanta necessidade de adaptação. Permite que os laterais avancem.
Contra, a possível saída de Wesley. O ponteiro é um dos principais jogadores da equipe em 2024. Nesse modelo, ou teria de ser meia-esquerda, o que lhe daria mais funções defensivas e necessidade de passar mais a bola em vez de buscar a profundidade, ou ficaria no banco.
No Juventude, Roger encontrou sucesso maior usando um modelo com um tripé no meio-campo e três atacantes. Seu time costumava ter dois jogadores físicos, volantes de contenção e força e mais um meia com capacidade de armação. À frente deles, um trio ofensivo com pontas abertos e centroavante.
Se quiser replicar esse sistema no Inter, poderia usar Bruno Gomes e Rômulo na contenção, soltando Bruno Henrique (ou, em um modelo mais ousado, Gabriel Carvalho), com Borré, Valencia e Wesley na frente.
Nesse cenário, os prós são manter Wesley na posição em que rende mais e em adotar um modelo mais familiar ao do técnico. Contra, o fato de precisar adaptar Borré ou Valencia para uma posição na qual não estão acostumados.