Há desalojados nos municípios de Getúlio Vargas, Barra do Rio Azul, Espumoso e Cruz Alta; não foram registrados mortos ou desaparecidos na metade norte
A chuva segue neste sábado (4) no norte gaúcho, a região menos afetada pelo temporal no RS até o momento. Diferente de outras áreas do estado, como Central, Serra e Metropolitana, não há mortos ou desaparecidos em função da enchente. Conforme levantamento da Defesa Civil, a região soma 115 desabrigados e 630 desalojados, sendo Barra do Rio Azul e Espumoso os municípios mais afetados.
Os registros de danos materiais, porém, não param de surgir, em especial nas áreas rurais, onde não há asfaltamento nas estradas. Em Nonoai, parte da ponte que liga a cidade a Trindade do Sul, na RS-406, foi levada pela água. O trecho está interrompido. Como esse é um acesso secundário, as cidades não estão ilhadas.
Há relatos de desalojados e alagamentos em diversas cidades do norte gaúcho, em especial nos municípios de Espumoso, Barra do Rio Azul, Cruz Alta, Liberato Salzano e Getúlio Vargas.
Em Passo Fundo, não há registro de desalojados até o momento. Nesta manhã, a Defesa Civil municipal atende a ocorrências como quedas de árvores e alagamentos nos bairros Boqueirão, Santa Maria, Nonoai e Santo Antônio do Capinzal, no interior. Acompanhe a situação dos mais afetados no norte gaúcho a seguir.
A água dos rios Paloma e Azul, que cercam a cidade, já baixou e, agora, o foco é na limpeza e reconstrução do pequeno município de 1,7 mil habitantes. Ao todo, 250 pessoas ficaram desalojadas. Todas já deixaram o abrigo municipal e foram direcionadas a casas de familiares.
Na madrugada, o Corpo de Bombeiros distribuiu pelo menos 200 kits de lonas para famílias que tiveram casas destelhadas. Dez famílias foram realocadas para casas de familiares. As equipes também realizaram 26 cortes de árvores, sendo que nove delas causaram danos significativos. Duas escolas foram parcialmente interditadas depois que um muro tombou e a chuva causou danos no telhado. Doações são direcionadas ao ginásio municipal de esportes.
Conforme a Defesa Civil, o nível da água baixou em torno de 2 metros e 60% das casas atingidas já estão liberadas para limpeza. Na manhã deste sábado (4), foi possível ver resquícios deixados pela água na cidade, como entulhos arrastados para o centro da cidade.
Cerca de 200 famílias seguem desalojadas, em casas de familiares. Oito famílias estão em um abrigo público. O acesso pela ponte da RS-332 foi liberado ainda no fim da noite de sexta-feira (3). Segue bloqueado o acesso pela ponte da RS-817.
O Rio Abaúna, que corta a cidade, saiu do leito e alagou partes da região central e dos bairros Quinze de Novembro e Santo André. Conforme o Corpo de Bombeiros, choveu 101mm das 2h às 6h deste sábado (4). O acumulado de 27 de abril a 3 de maio chega a 376mm.
Na madrugada, seis pessoas foram retiradas de suas casas por risco de ficarem ilhadas. Outras em áreas de risco já haviam saído anteriormente e têm abrigo no Centro Integrado Renascer (CIR), com apoio da Assistência Social.
O leito do Rio do Mel transbordou e atingiu o centro do município de 2 mil habitantes. Não há registro de desalojados: pessoas que vivem em áreas de risco saíram de suas casas antes do temporal e devem permanecer em casas de familiares até segunda ordem.
Em Liberato Salzano, o Rio Marcolino está no leito mesmo com a chuva que foi registrada na madrugada deste sábado. A prefeitura agora concentra os trabalhos na zona rural do município, onde pelo menos 200 pessoas foram atingidas. A maioria foi realocada em casas de parentes.
A ponte que liga a zona urbana ao distrito de Pinhalzinho cedeu. O acesso é feito pelas comunidades de Barra Azul e Várzea Grande. Porém, apenas veículos pequenos podem passar. A comunidade de Barra Seca também foi bastante afetada.
A Secretaria de Agricultura e a Emater ainda contabilizam os danos na produção. Doações podem ser direcionadas ao salão paroquial da Igreja Matriz São Sebastião, na Avenida Rio Branco. Em nota, a Corsan informou que equipamentos elétricos, como quadros de comando, fiação e bombas, ficaram danificados pela enchente e serão substituídas. A previsão é que o abastecimento de água seja restabelecido ao longo da tarde deste sábado.
Na madrugada de 4 de maio, o Corpo de Bombeiros resgatou pessoas e animais ilhados, realizou corte de árvores e auxílios em deslizamentos. Os bairros mais afetados são o Centro, Balestrin e João Sperry. Não há desalojados: muitas pessoas deixaram casas em áreas de risco e estão abrigadas com familiares.
O RS já contabiliza 56 mortes em função da chuva desde a última terça-feira (30), segundo a contagem oficial da Defesa Civil. Pelo menos 67 pessoas estão desaparecidas e mais de 35 mil fora de casa. Há dezenas de estradas interrompidas no Estado; veja lista atualizada de bloqueios totais e parciais. As principais regiões atingidas são a Central, Vale do Rio Pardo, Vale do Taquari, Metropolitana e Serra.