"Ficamos abraçados e achamos que íamos morrer", relata moradora após temporal em São Luiz Gonzaga - Agora Já -

“Ficamos abraçados e achamos que íamos morrer”, relata moradora após temporal em São Luiz Gonzaga



Cidade do noroeste gaúcho contabiliza os prejuízos e segue reconstrução do que foi perdido nesta segunda-feira (17)

Foto: A residência de Antônio Andrade, que teve parte do telhado levado Tamires Hanke / Agencia RBS
17 de junho de 2024

São Luiz Gonzaga ainda busca fôlego para se recuperar da microexplosão climática que atingiu a cidade na noite de sábado (15). Pelo menos 1,9 mil pessoas seguem sem luz na manhã desta segunda-feira (17). O temporal deixou danos em 1,2 mil casas de oito bairros da zona leste, 400 desalojados e pelo menos uma pessoa ferida, com lesões leves.

Uma das afetadas foi a cozinheira Laira Wolff, moradora do bairro Agrícola. Ela conta que estava no pátio de casa recolhendo roupas do varal quando a tempestade começou. Imediatamente, precisou correr para buscar abrigo.

— Ficamos na área do fundo, abraçados, porque achamos que íamos morrer. Voou muita telha dos vizinhos para o nosso pátio e as árvores parecia que iam cair todas. Foram cenas de terror. Quando o tempo deu uma brecha, entramos em casa e a água entrava pelas portas e janelas. Foram momentos de horror e muita tristeza, a gente achou que não ia sobreviver — conta.

O sentimento é compartilhado por Antônio Andrade, morador do bairro Cohab. Na noite do sábado, ele já estava deitado quando ouviu o vento que trouxe a tempestade. A residência do molineiro perdeu parte do telhado, que foi encontrado a 30 metros de distância da casa.

— Só ouvimos o vento e senti que o telhado se foi. Começou a chover dentro de casa e corremos para cima das crianças, para não cair nada em cima delas. Quando saí, já não tinha mais telhado, tinha sido levado. Nunca tinha visto nada disso em 50 anos morando aqui — lembra.

Municípios vizinhos ajudam na limpeza

No momento, a população se organiza na limpeza dos bairros afetados. Conforme informações da Defesa Civil municipal, 140 militares auxiliam na retirada de entulhos das ruas, com máquinas e caçambas cedidas dos municípios vizinhos de Bossoroca, Caibaté e Mato Queimado.

— A recomendação, por enquanto, é que as pessoas não troquem as telhas. Pois o tempo permanece instável e no domingo tivemos uma queda de morador do telhado. Nós distribuímos lonas e estamos cadastrando as pessoas atingidas para recebimento de doações — informou o coordenador municipal da Defesa Civil, Milton Nei.

Segundo informações do prefeito Sidney Brondani, a cidade ainda calcula o prejuízo financeiro deixado pelo temporal. As equipes estão reunidas nesta manhã para avaliar as prioridades.

Cadastro de atingidos

As pessoas atingidas pelo temporal podem buscar a Secretaria de Ação Social de São Luiz Gonzaga para receber doações de telhas, colhões e cestas básicas. É preciso entrar em contato com o telefone (55) 3352-9353 e informar nome, endereço e a necessidade.

Voluntários também preparam refeições para os necessitados, que podem ser solicitadas pelo mesmo número. A entrega está sendo feita na Igreja da Fé (na Rua Bento Soeiro de Souza, 2924).

Aulas suspensas

Tamires Hanke / Agencia RBS
Escola técnica foi uma das mais afetadas no bairro Agrícola, e não tem data para retorno das atividades . Tamires Hanke / Agencia RBS

Por conta dos estragos, escolas das redes municipal e estadual estão com aulas suspensas, assim como a unidade da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs). Todas registraram alagamentos nas salas de aula, por conta dos danos nos telhados.

Conforme a prefeitura de São Luiz Gonzaga, equipes estão reunidas nesta manhã para definir um possível retorno das atividades municipais. Equipes dos órgãos de segurança devem definir quais estruturas podem ser reocupadas, para que as aulas sejam retomadas.

Escolas municipais (sem data para retorno)

  • Emei Altamiro da Silva (bairro Jauri)
  • Emei General José Alves Paiva (bairro Agrícola)
  • Emef José Bonifácio (bairro Auxiliadora)
  • Emef Coronel Manuel Mamede de Souza (bairro Mário)

Instituições estaduais

  • Escola Estadual Cruzeiro do Sul (vila Trinta) — por tempo indeterminado
  • Escola Estadual João Aloisio Braun (Centro) — fechada apenas na segunda-feira para limpeza
  • Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) — por tempo indeterminado
Tamires Hanke / Agencia RBS
ESF do bairro Mário seria reinaugurado neste mês, e foi atingido pelo temporal . Tamires Hanke / Agencia RBS

Rede de Saúde e Museu

As unidades básicas de saúde dos bairros Mário e Agrícola e a sede da Secretaria Municipal de Saúde devem permanecer fechadas na segunda-feira para limpeza, com retorno previsto para terça. A ESF do bairro Mário, que passava por reformas e tinha reinauguração prevista para este mês, teve danos estruturais e seu retorno ainda não tem previsão.

O Museu Arqueológico teve danos estruturais no muro e telhado e passa por consertos.

Fonte : GZH 
Foto : Tamires Hanke / Agencia RBS

No bairro Agrícola, sede da Coopatrigo teve dados graves na estrutura
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Telhado foi arrancado pela força do vento
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Oito bairros foram atingidos
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Pelo menos 1,2 mil casas tiveram danos por causa do vento forte e granizo
Tamires Hanke / Agencia RBS


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