“Estamos diante de um psicopata”, diz promotora sobre réu acusado de matar três pessoas da mesma família no Lami - Agora Já -

“Estamos diante de um psicopata”, diz promotora sobre réu acusado de matar três pessoas da mesma família no Lami



Segundo dia de júri começou com a manifestação do MP, apresentando os argumentos de acusação; sentença poderá ser lida ainda nesta terça-feira

Foto: Promotora Lúcia Helena Callegari disse que Vidaletti tem diversas armas registradas em seu nome. Juliano Verardi / DICOM/TJRS
12 de dezembro de 2023

Teve início na manhã desta terça-feira (12), no Foro Central, em Porto Alegre, o segundo dia do julgamento de Dionatha Bitencourt Vidaletti e sua mãe Neuza Regina Bintencourt, réus pela morte do casal Rafael Zanete da Silva, Fabiana da Silveira Innocente Silva e o filho deles, Gabriel Innocente Silva em uma briga de trânsito no Lami, extremo sul da Capital em 2020. A segunda sessão começou pela manifestação do Ministério Público, que tem buscado apontar a responsabilidade dos réus em meio à situação, segundo eles, “banal”.

Dionatha Bitencourt Vidaletti responde por três homicídios triplamente qualificados (motivo fútil, perigo comum, recurso que dificultou a defesa das vítimas) e por porte de arma. Neuza é julgada por disparo de arma de fogo.

Às 8h26min, a juíza de direito Anna Alice Schuch, presidente do júri, deu início a sessão dirigindo a palavra ao Ministério Público, que falou por 2h30min. O promotor de justiça Júlio Melo iniciou sua fala lendo depoimentos colhidos durante o processo. Na sequência, passou a argumentar que Vidaletti atirou contra as três vítimas como uma escolha própria, sem que houvesse motivos suficientes para justificar o ato.

— O réu fez o que achou ser a solução para esse fato. Ele matou uma família — destacou.

O promotor mostrou ainda imagens de câmeras de segurança mostrando o momento da perseguição, dos disparos e da fuga da mãe e do filho após o crime.

— Isso mostra que tudo isso, a partir do momento que começam as discussões, não teve briga. Ninguém no processo disse que houve troca de socos, que estavam armadas — complementa Melo.

“Ele tinha o modo dele de resolver as coisas”, diz promotor sobre Dionatha Vidaletti

A defesa de Dionatha e Neusa argumenta que o réu agiu em legítima defesa após ter sofrido agressões por parte da família e que por isso merece a absolvição.

Após a fala de Melo, sua colega Lúcia Helena Calegari assumiu a explanação. Ela destacou o fato de Dionatha ter diversas armas registradas, sendo uma delas comprada 16 dias antes do crime. Segundo ela, são seis armamentos guardados na casa do jovem. Sendo três registradas no nome do pai duas no nome da mãe e outra ilegal.

— A frieza que ele apresenta aqui é a mesma que ele apresentou naquele domingo — diz a promotora. — Por que ele acertou as três vítimas na cabeça? Pois sabia atirar. Nós estamos de diante de um psicopata, que foi motivado pela família a usar arma em casa.

Após a fala da defesa, que também terá 2h30min de argumentação, o MP poderá pedir réplica. Caso isso ocorra, cada parte terá mais duas horas de fala.

Na sequência o conselho do júri, formado por sete mulheres, irá se reunir na sala secreta para votar os méritos da acusação. Depois, a sentença será proferida, dando fim à sessão. A expectativa é que o encerramento do júri ocorra ainda nesta terça-feira.

Fonte : GZH 
Foto : Juliano Verardi / DICOM/TJRS

Promotor Júlio Melo mostrou imagens das câmeras de segurança da cena do crime.
Juliano Verardi / DICOM/TJRS


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