Sentença foi divulgada nesta quinta-feira, na Espanha
O Tribunal Provincial de Barcelona divulgou, na manhã desta quinta-feira (22), a sentença de Daniel Alves no julgamento em que o jogador era acusado de violência sexual. O jogador brasileiro foi condenado a quatro anos e seis meses. Além disso, ele terá de cumprir ainda mais cinco anos em liberdade vigiada e pagará uma indenização de 150 mil euros (cerca de R$ 804 mil), e deverá arcar com as custas do processo. A decisão ainda é passível de recurso no Tribunal da Catalunha ou no Tribunal Supremo, a última instância do sistema judiciário espanhol.
Não houve sessão. A condenação pelo crime de agressão sexual a uma jovem de 23 anos, na boate Sutton, na noite de 30 para 31 de dezembro de 2022, foi anunciada pelos juízes Isabel Delgado Pérez, Luis Belestá Segura, que por sorteio ficou responsável por preparar a sentença, e Pablo Díez Noval.
A expectativa era de que o veredito saísse apenas em março. No entanto, pela repercussão midiática do caso, o prazo ficou menor. Também não houve espaço para contestações. A imprensa não teve acesso à sala onde foi proferida a condenação.
O julgamento de Daniel Alves ocorreu entre os dias 5 e 7 de fevereiro. No total, 19 testemunhas foram ouvidas, entre policiais, funcionários da boate, a vítima e pessoas próximas aos envolvidos.
O primeiro dia do julgamento teve o depoimento da mulher que acusa Daniel Alves. Ela teve a identidade protegida por um biombo para não ter contato visual com o jogador e preservar sua identidade. A fala durou 1h30min, e ela reafirmou ter sido violentada.
No terceiro dia, em depoimento, Daniel Alves voltou a corroborar a tese de que estava embriagado. Esta afirmação, na verdade, foi apenas a última das cinco versões apresentadas pela defesa do atleta.
Na ocasião, a juíza Isabel Delgado Pérez recomendou nove anos de prisão e indenização de 150 mil euros. A advogada de acusação, Estér García, pediu 12 anos de prisão.
Inés Guardiola, advogada de Daniel Alves, pediu a absolvição, sustentando sua defesa no fato de que o ato teria sido consentido e que o jogador estaria embriagado. Inés também sugeriu que, em caso de prisão, esta seja de, no máximo, um ano.
O caso teve sua primeira repercussão na imprensa espanhola ainda em 2022. No dia 31 de dezembro, o diário catalão ABC revelou que Daniel Alves teria violentado sexualmente uma jovem na casa noturna Sutton, em Barcelona, no dia anterior. A mulher esteve acompanhada por amigas a todo o instante e a equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia, que colheu o depoimento da vítima
Inconsistências nas versões dadas pelo atleta à Justiça, além da possibilidade de fuga do país europeu, fizeram com que a juíza Maria Concepción Canton Martín decretasse a prisão no dia 20 de janeiro. Daniel Alves foi encaminhado para o Centro Penitenciário Brians 2.
Em agosto de 2o23, apenas mais um revés, a defesa decidiu retirar o pedido de recurso que estava em tramitação, com o objetivo de acelerar o processo. Em outubro, Daniel Alves trocou de defesa e escolheu a advogada Inés Guardiola para representá-lo.