Ídolo colorado encontrou antigos companheiros, agora subordinados, conversou com Roger Machado e com dirigentes; discurso foi de otimismo e confiança na retomada do time
D’Alessandro chegou ao CT Morada dos Quero-Queros às 9h. Mas desde 7h30min mandava mensagens no WhatsApp e telefonava, à moda antiga, para integrantes da comissão técnica e outros funcionários do clube. Conversou com Roger Machado, bateu papo com antigos companheiros (agora subordinados) e esteve ao lado dos dirigentes políticos.
De calça jeans e camisa polo, depois substituída pelo abrigo do Inter, o eterno número 10 começou um novo capítulo de sua história colorada. E ainda deu tempo para fazer a alegria de um tímido adolescente que passou boa parte da vida em Alvorada.
Eles até tiraram uma foto, que inclusive ilustra essa reportagem. O adolescente em questão é Gabriel Carvalho, 17 anos recém-completados. D’Alessandro é um de seus maiores ídolos na bola, o cara que o inspirou a jogar.
Colorado desde o nascimento, o atual camisa 34 do Inter muito comemorou os lances, o estilo e os gols do argentino. Na porta do vestiário, houve o encontro. A conversa foi tão rápida como o clique.
O agora dirigente perguntou ao guri se estava tudo bem, se ele estava se sentindo à vontade e se a transição da base para o profissional estava tranquila. Ao ouvir as respostas, todas positivas naquele momento, D’Alessandro finalizou o papo com um:
— Pode contar comigo.
Gabriel abriu um sorrisão e entrou no campo para a atividade. Roger manteve o mistério no treino, sem abrir as portas aos repórteres.
Antes, o técnico e o diretor esportivo, nomenclatura oficial do cargo de D’Ale, conversaram separadamente. O teor do papo foi amistoso e considerado positivo. Roger se mostrou contente com as primeiras intervenções do novo dirigente.
Antes de conversar com os jogadores à beira do campo, ora em grupo, ora individualmente, quase todos papos rápidos e descontraídos, D’Alessandro esteve ao lado do presidente Alessandro Barcellos e do vice de futebol, José Olavo Bisol, para um discurso aos atletas e à comissão técnica.
Eles explicaram quais serão as atribuições do ex-capitão e sua participação no dia a dia do clube. Depois, D’Ale falou aos jogadores sobre o que espera na temporada. E reforçou a confiança no grupo.
Ele não será o substituto de Magrão. No organograma anterior, o ex-diretor esportivo tinha mais atribuições. Era o chefe de todo o departamento de futebol. Essa função agora foi desmembrada.
André Mazzuco, novo executivo, comandará as questões administrativas. Participará de contratações e vendas, ajudará na montagem de viagens, cronogramas de temporada e pré, entre outros. D’Alessandro será campo e bola. Fica perto de jogadores, comissão técnica e juntará todos aos dirigentes. Acompanha viagens e treinos. Terá uma rotina semelhante à dos tempos de atleta.
O comunicador D’Alessandro teve compromissos à tarde. Ele entrevistou o goleiro Sergio Rochet. Depois conversou com amigos. A alguns deles, falou com otimismo sobre a nova fase da vida. Chegou a comparar como os tempos de atleta, com rotina de treinos, viagens, conversas, mas agora sem entrar em campo.
O novo diretor esportivo reconheceu que o momento é duro no Inter, mas está confiante em mudar a fase. Mais maduro e com a experiência do Cruzeiro, além dos cursos realizados, começou assim sua nova era. Com o sonho de repetir o começo, também em um agosto, em 2008. Que teve uma goleada no Gre-Nal e o título da Sul-Americana.