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Cervo exótico é resgatado em creche de Passo Fundo

Animal foi salvo nesta sexta-feira (8) e encaminhado para o Hospital Veterinário da UPF

Foto: Animal foi resgatado na EMEI Francisco Luiz Bianchini 3º BABM / Divulgação

8 de dezembro de 2023

Um cervo exótico foi resgatado pelo 3º Batalhão Ambiental da Brigada Militar (BABM) em uma escola de educação infantil de Passo Fundo, no norte do RS. O salvamento aconteceu na manhã desta sexta-feira (8) no parquinho da Escola Municipal Francisco Luiz Bianchini.

O animal da espécie chital estava percorrendo as ruas do bairro Jaboticabal, assustado com cães, quando moradores acionaram a equipe do batalhão. O cervo então entrou no pátio da creche onde ficou acuado em meio aos brinquedos.

Com ajuda de profissionais da Universidade de Passo Fundo (UPF), os policiais militares acessaram o espaço e fizeram o resgate. O cervo foi encaminhado para o Hospital Veterinário da instituição, onde receberá cuidados médicos.

O cervo chital (Axis axis) é considerado uma espécie invasora, já que é nativo das florestas da Índia, Sri Lanka, Nepal, Bangladesh, Butão e Paquistão. De acordo com o Batalhão Ambiental, na década de 1930 a espécie foi introduzida para caça na Argentina e no Uruguai, por ser um animal de grande porte e com galhada expressiva.

Ao longo dos anos, o chital migrou para o Brasil e se espalhou pelo Rio Grande do Sul, em especial no Parque Estadual do Espinilho, no município de Barra do Quaraí. Herbívoros, os cervos exóticos podem pesar 110 quilos e passar de um metro de altura.

A espécie não tem predadores em solo gaúcho, por isso traz diversos problemas que precisam ser monitorados ao longo do tempo. Do ponto de vista ecológico, o chital pode competir com o veado-campeiro, uma espécie nativa dos pampas, assim como alterar a composição vegetal do ambiente.

Por isso, uma portaria publicada em junho de 2022, válida somente no Rio Grande do Sul, autoriza o controle desta espécie nas unidades de conservação estaduais, sendo o maior foco os cervos do Parque Estadual do Espinilho.

“O cervídeo chital precisa ser monitorado e acompanhado ao longo do tempo. Inúmeros são os impactos que podemos prever através de hipóteses, já que ainda não há estudos com a espécie no Brasil. Do ponto de vista ecológico, o chital pode competir com o veado-campeiro, assim como alterar a composição vegetal e do ambiente como um todo”, salienta.

Atualmente, o controle populacional da espécie Axis axis é regularizado por meio da portaria número 109/2022, da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (SEMA).