Óbitos confirmados pela doença, no entanto, apresentam tendência de declínio no Estado
O número de casos de infecção pelo coronavírus no Rio Grande do Sul mais do que dobraram entre janeiro e fevereiro deste ano. Foram 6.189 casos em janeiro e 13.449 em fevereiro. Os dados foram divulgados no painel da Secretaria Estadual da Saúde (SES).
No total, foram 4.831 diagnósticos positivos da doença de 18 a 24 de fevereiro, aumentando para 5.513 confirmações de 25 de fevereiro a 2 de março. De acordo com o Painel Coronavírus RS, a nona semana epidemiológica deste ano teve 5.513 registros, 40% a mais que o mesmo período de 2023, quando haviam sido computados 3.925 diagnósticos da doença.
— Eu não consigo dizer que tem uma nova onda, mas há, sim um aumento expressivo de novos casos. E não é de se estranhar esse aumento, tendo em vista carnaval e outros eventos — comentou o médico infectologista do Hospital de Clínicas Eduardo Sprinz.
Sprinz ainda acrescenta que isso se deve à mudança das nossas atitudes por fatores como: maior compreensão da doença, imunização parcial de grande parte da população e disponibilidade de medicamentos que evitam a progressão para casos mais graves.
Se, por um lado, há um aumento do número de casos positivos, por outro, os óbitos confirmados pela doença apresentam tendência de declínio no Estado. Segundo o painel da secretaria de Saúde, foram 90 mortes em novembro de 2023, 60 em dezembro, 56 em janeiro deste ano e 45 em fevereiro.
— A doença pode se agravar e levar à hospitalização quem não se vacinou e também pessoas diagnosticadas com outras doenças. O quadro clínico pode ser mais grave em pacientes idosos ou com sistema imune fragilizado, mesmo que tenham sido vacinados. Por isso é importante ressaltarmos que tem vacina e também medicação específica que o Sistema Único de Saúde disponibiliza para pessoas com maior chance de evoluir para casos mais graves — destacou Sprinz.
Leticia Martins, técnica do Núcleo de Doenças Respiratórias do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs/RS) ressalta que o nosso olhar precisa ir além do coronavírus, que, hoje, é mais um vírus que faz parte do cotidiano.
— Neste ano, a gente também está tendo um aumento de Influenza A, que não se apresentou tanto assim nesse mesmo período do ano passado. A gente tem que quando estou com quadro de síndrome gripal, mesmo não sendo SARS-CoV, não quer dizer que eu não preciso aplicar as medidas recomendadas. Eu posso estar com Influenza, outro vírus respiratório — pontua a profissional.
As orientações do Cevs/RS podem ser encontradas na nota informativa nº 23 de 2023 .