O confronto na quarta-feira que vem, no Beira-Rio, premiará com uma vaga à decisão quem vencer
Uma semifinal do tamanho do Maracanã. Com as reviravoltas que um jogo assim autoriza. Com festa. Com tensão. Com expulsão. Com gols, inclusive anulado. O estádio mais charmoso do Brasil viu uma partida à altura da semifinal da Libertadores.
Em um jogo com duas viradas, Fluminense e Inter ficaram no 2 a 2 (dois gols de Cano para os donos da casa, Alan Patrick e Mallo para os visitantes), diante de mais de 67 mil pessoas, sendo 4 mil colorados. Com o resultado, o confronto na quarta-feira que vem, no Beira-Rio, premiará com uma vaga à decisão quem vencer. Se der empate, a disputa irá para os pênaltis. Fica um gostinho amargo para os comandados de Eduardo Coudet, que jogaram todo o segundo tempo com um jogador a mais.
Mallo, com a categoria de um espanhol, foi mais preciso na definição do gosto que a equipe sentiu no Maracanã:
— Tivemos ocasiões, boa iniciativa de jogo mas não fomos capazes de matar o jogo. Tínhamos de ter sido mais malandros para não levar um gol de bola parada. Foi um sabor agridoce.
Enner Valencia, um dos destaques dos 90 minutos, também lamentou o 2 a 2:
— A verdade é que o empate não foi o resultado ideal, por estarmos com um homem a mais desde cedo.
Coudet, em um primeiro momento, admitiu uma certa frustração pelo que ocorreu no Maracanã. Reconheceu que poderia ter vencido, especialmente pela superioridade numérica, e pelas tantas oportunidades. Mas coube a ele o discurso oposto, de motivar os colorados para quarta-feira que vem:
— Acho que teríamos assinado todos se tivéssemos um empate na partida de ida para decidir em casa. Em Buenos Aires, perdemos por um gol e saímos vivos. Agora estamos com um empate. Respeitamos o rival, um grande time, um grande treinador. Com uma maneira de jogar diferente, que torna tudo mais difícil. Mas ser local na Libertadores influencia muito. Por isso, temos confiança em nós e na nossa torcida.
Antes do Flu, porém, tem um compromisso pelo Brasileirão. O Inter, no sábado às 21h, recebe o Atlético-MG, pela 25ª rodada. Apesar da situação desconfortável, na 14ª posição, Coudet avisou que não terá força máxima:
— É um compromisso importante também. Será o último em que precisaremos cuidar dos atletas. Gostaria de falar que estariam todos, mas a quarta-feira é muito importante. É o confronto que todos esperam.
E deu um recado final:
— O torcedor tem de acreditar, vamos para casa e contamos com eles. Queria saber acelerar o tempo. Para fazer história, temos de ganhar.
Depois de um grande jogo, as reações das torcidas no final da partida refletem o que vem por aí. A torcida do Flu reconheceu o esforço dos atletas, que superaram a inferioridade numérica e vão vivos para Porto Alegre. E os colorados celebraram porque, afinal, um empate antes do jogo não teria sido mau resultado, certo?