Veículos foram apreendidos pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo
A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo apreendeu na última semana, no estado de São Paulo, quatro veículos de luxo avaliados em mais de R$ 2,5 milhões. Os automóveis foram apreendidos com alvos investigados na quarta fase da operação Fim de Linha, deflagrada em junho do ano passado em 113 municípios de 23 estados brasileiros.
Os automóveis são resultado da lavagem de dinheiro e deverão ser integrados à frota da delegacia em Passo Fundo. São quatro veículos: um Porsche 911, duas BMW Z4 e uma camionete GM Tracker.
O pedido de apreensão e uso foi solicitado à justiça no fim do ano passado e deferido no início deste ano. Contudo, a incorporação depende do parecer da chefia da Polícia Civil do RS. O objetivo da delegacia é transformar os quatro veículos em carros-modelo para usos pedagógicos. Isso significa que serão envelopados com as cores da Polícia Civil para serem expostos em feiras e eventos como forma de acentuar o trabalho contra o crime organizado.
A Draco de Passo Fundo já conta com um veículo desse tipo desde 2019. Trata-se de um Camaro, avaliado em R$ 130 mil, usado em ações comunitárias a fim de mostrar que o “crime não compensa”.
O carro foi apreendido em uma operação contra o golpe do bilhete em Passo Fundo, em junho de 2018. O carro havia sido adquirido pelo antigo dono com dinheiro ilícito após golpes em dezenas de vítimas no Rio Grande do Sul e em outros quatro estados.
Segundo a Polícia Civil, o motivo de manter os veículos como “caráter pedagógico” em vez de vendê-los ou leiloá-los é o fato de que o processo de venda é demorado e, como os carros ficariam guardados em depósitos a céu aberto, dentro de poucos meses estariam sucateados por causa da exposição às mudanças do clima.
Outro argumento da Polícia Civil é que, se os veículos fossem adquiridos, o dinheiro só seria revertido aos cofres públicos quando o processo estivesse com trânsito em julgado, o que poderia levar anos.
Mais de 80 pessoas foram indiciadas por lavagem de dinheiro e organização criminosa na quarta fase da operação Fim de Linha. Conforme a Polícia Civil, a investigação ainda não foi encerrada. Os investigados são suspeitos de compor um esquema nacional de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas.
A investigação começou em 2021 na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo, onde foram feitas buscas em quatro endereços.
A partir da prisão de lideranças do tráfico de drogas na cidade, ligados a uma facção do Vale do Sinos, a investigação se concentrou na lavagem do dinheiro obtido por meio da venda de narcóticos.