Caso aconteceu durante abordagem a um suposto traficante na Zona Sul da cidade. Cachorro estava em uma casa pela qual os policiais precisaram passar durante ação, mas não tinha relação com o homem buscado pelos agentes.
Um cachorro de cinco anos foi morto a tiro por um policial da Brigada Militar (BM) em Porto Alegre, há cerca de uma semana. O caso aconteceu durante uma abordagem a um suposto traficante no bairro Lajeado, na Zona Sul da Capital. O cachorro estava em uma casa pela qual os policiais precisaram passar durante a ação, e não tinha relação com o homem buscado pelos agentes.
A conduta dos policiais está sendo investigada pela Corregedoria-Geral da Brigada Militar. O procedimento tem prazo de 40 dias para ser encerrado, prorrogável por mais 20 dias. O 21º Batalhão de Polícia Militar, onde os policiais atuam, também abriu sindicância.
“Estamos apurando o procedimento adotado, porque toda a ação policial militar é investi, e nós estamos apurando se foi realmente dentro da técnica, se tinha meios de conduzir esse animal. Segundo ele, fez em legítima defesa”, diz Fabiano Dornelles, comandante do batalhão.
O comandante do batalhão diz ainda que os policiais prenderam um homem com pedras de crack perto do local, o que motivou a busca na região. Segundo ele, o local estava escuro no momento da ocorrência e que o animal teria atacado os agentes.
De acordo com a tutora de Zoopy, um rotweiller que tinha cinco anos, o animal não teria atacado os policiais e foi morto com um tiro na cabeça. Ela ainda conta que os policiais enterraram o animal de estimação em um local de mata a cerca de 60 metros da casa e que se negaram a levá-lo a delegacia, como prova.
“Eles entraram na minha casa pra dizendo que entrou um rapaz pro pátio, e eles fizeram essa abordagem desse rapaz, que tinha pulado no pátio. Quando isso aconteceu, eu estava na janela, chamando a minha filha, fazendo um sinal. Não (estava) gritando, fazendo um sinalzinho pra abrir a porta. Quando ela foi abrir, já tinha um (policial) na porta e deu um tiro no cachorro, na cabeça do cachorro, do lado dela”, conta a tutora, que prefere não se identificar.
Depois disso, a tutora pediu aos policiais que o animal fosse apresentado na delegacia, o que, segundo ela, foi negado. Pediu ,então, que o animal fosse enterrado. Isso foi feito pelos policiais, mas não no local que ela apontou.
No dia seguinte, a família retirou Zoopy do local e o levou até um veterinário para remover a bala, que foi levada para a Brigada Militar. A família contratou um advogado e registrou ocorrência.
“As forças de segurança e a Brigada Militar, em especial, estão no cumprimento do seu dever e devem o fazer pra combater a criminalidade, mas ali não é um ambiente onde se verificava a ocorrência de um crime. Acabou se matando um cachorro, traumatizando uma família, sabe-se lá por quanto tempo”, diz André Carus, advogado da família.
O comando do 21º Batalhão entendeu que, pelos depoimentos até agora, não há necessidade de que os policiais sejam afastados das ruas enquanto respondem à investigação.