A Brigada Militar ampliou o efetivo em Itaqui, na fronteira Oeste. O objetivo é reforçar a segurança na cidade após a morte de um traficante gerar protestos de um grupo criminoso. As manifestações incluíram disparos em via pública e ameaças contra soldados da corporação.
O bandido morreu na noite de segunda-feira, após reagir a uma abordagem do 6º Batalhão de Choque (6º BPChq), na rua Dom Pedro II, no bairro Chácara. A troca de tiros ocorreu por volta das 23h, quando diligências eram feitas no entorno de um imóvel que seria utilizado como ponto de tráfico.
Ao perceber a presença da guarnição, o suspeito correu para os fundos da casa e efetuou disparos, que atingiram um muro próximo de onde estavam os militares. Houve tiroteio e o traficante acabou sendo baleado duas vezes na região do tórax. Ele ainda foi transportado com vida pelos próprios policiais ao Hospital São Patrício, mas não resistiu. Nenhum soldado ficou ferido.
Conhecido como Seco, o criminoso tinha 24 anos e era natural de Viamão. Ele chegou a ficar preso preventivamente por dois anos e respondia a um processo por homicídio qualificado, além de somar antecedentes por tráfico e organização criminosa. Conforme um parecer do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o jovem seria integrante de uma facção com base no Vale do Sinos, mas que também criou ramificações em outras partes do RS.
Quando morreu, o homem portava um revólver calibre .38, porções de cocaína e dois celulares. No interior da residência onde ele estava, havia uma adaga, cadernos com anotações do crime organizado, dinheiro oriundo do tráfico e mais drogas. Os entorpecentes estavam lacrados com adesivos de identificação do grupo criminoso.
A morte gerou reação entre comparsas do traficante. Imagens que circulam nas redes sociais mostram pessoas reunidas em frente a uma funerária, na rua Tito Corrêa Lopes, onde é possível ver disparos de arma de fogo para o alto e estouro de rojões. Outros vídeos com registro de tiros a esmo na área central do município e mensagens com bravatas a policiais também são atribuídos ao bando.
De acordo com o comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva Extremo Oeste (CRPO-EO), coronel André Luiz Stein, o efetivo em Itaqui foi reforçado para garantir a segurança dos moradores. O oficial também destaca que a instituição trabalha em conjunto com a Polícia Civil para identificar os integrantes do grupo criminoso que aparecem nas gravações.
“Enviamos reforços para Itaqui. Além disso, trabalhamos em conjunto com a Polícia Civil para identificar todos os indivíduos envolvidos com a criminalidade e, assim, tomar medidas decorrentes amparadas na lei para reestabelecer a ordem”, enfatizou o coronel André Stein.