Roque Winter, 66 anos, estava dentro do seu Cronos, no qual levaria menina de quatro anos ao coral, quando foi abordado por dupla e atingido por dois tiros
O assalto que terminou com a morte de Roque Winter, 66 anos, no último sábado (19), deixou estarrecida comunidade de familiares e amigos em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. Naquela tarde, o idoso aguardava dentro de seu carro pela neta, de quatro anos, que levaria ao coral, quando teria sido abordado por dois homens, no bairro Canudos. O aposentado foi atingido por dois tiros e morreu no local. O caso é investigado como latrocínio (roubo com morte) pela Polícia Civil.
Dar carona para seus dois netos era comum no dia a dia do aposentado. Toda segunda-feira ele levava a menina ao coral. Naquele sábado, ela tinha ensaio especial, para se preparar para uma apresentação que ocorreria em breve. Mais uma vez, iria contar com o auxílio do avô, que ajudava com gosto, segundo a família.
— Ele sempre buscava e levava os netos, adorava ajudar todos da família. Era, acima de tudo, um avô muito feliz, companheiro. Era querido por muita gente, amigo, guerreiro. Era um grande homem que infelizmente partiu de maneira inesperada. É uma tristeza muito grande que estamos sentindo, é difícil de expressar. Uma dor que ninguém tira — lamenta uma familiar que preferiu não se identificar.
No dia a dia, Winter também costumava ajudar o filho e a esposa, em seus respectivos negócios. Naquele sábado, antes de ir buscar a neta para levá-la ao coral, ele estava na loja da filho, ajudando nas tarefas.
Natural de Itapiranga, em Santa Catarina, ele morou a maior parte da vida em Novo Hamburgo, junto da esposa, com quem era casado havia mais de 40 anos. Ao longo da vida, ele trabalhou no polo petroquímico.
Bastante religioso e pessoa de “muita fé”, ele ia a igreja todos os dias, segundo o amigo de longa data, Douglas Musskopf.
— Seu Roque era uma pessoa muito religiosa, muito temente a Deus, um homem de fé. Diariamente, ia na Catedral Basílica São Luiz Gonzaga, em Novo Hamburgo, na hora do almoço, para fazer as suas preces. Era sério, de caráter e muito amigo das pessoas. Adorava conversar e tinha um grande coração. Foi querido por quem realmente o conheceu. Como avô, tinha em seus netos um amor muito grande, sempre preocupado e participativo, sempre procurava fazer o máximo que podia.
Musskopf afirma que a perda deixa enlutada a família, amigos e diversas pessoas que admiravam o aposentado, que agora precisarão aprender a lidar com a falta de Winter.
— O que nos deixa entristecidos e revoltados é que uma família, hoje, chora a partida de um filho, marido, pai, avô. Privaram uma pessoa cheia de saúde de desfrutar da companhia da esposa, do seu filho e ver o crescimentos dos seus netos.
A despedida de Winter reuniu pessoas próximas, no domingo (20). Depois, ele foi enterrado, naquela tarde, em Novo Hamburgo.
Conforme a Polícia Civil, o assalto ocorreu por volta das 14h, no bairros Canudos. Winter estava com o carro, um Cronos, estacionado quando foi abordado pelos criminosos. Segundo o delegado Alexandre Quintão, ele teria reagido.
— Ele entrou em uma breve luta corporal com o indivíduo que estava na carona da moto, que desceu do veículo e fez a abordagem. Nossa investigação está bem avançada, e vamos divulgar mais informações no momento oportuno — afirmou o titular da 3ª Delegacia de Polícia do município.
O aposentado acabou sendo baleado com dois tiros, que o atingiram no pulmão e no ombro, e morreu no local.
Os criminosos fugiram sem levar o carro da vítima. Ainda assim, o caso é investigado como latrocínio (roubo com morte). O delegado não informou se os suspeitos já foram identificados. Até esta segunda-feira (21), ninguém havia sido preso.