"As pessoas nem imaginam que minha vida está dentro de uma bolsa", conta mulher que vive com coração artificial fora do corpo - Agora Já -

“As pessoas nem imaginam que minha vida está dentro de uma bolsa”, conta mulher que vive com coração artificial fora do corpo



No Rio Grande do Sul, apenas quatro pessoas vivem com o aparelho; a paciente de Ijuí é uma delas

Foto: Juçara Silva leva o dispositivo HeartMate em uma bolsa. Reprodução RBSTV / Divulgação
16 de março de 2024

Março será sempre lembrado como um mês especial para a aposentada Juçara Silva, moradora de Ijuí, no noroeste do Rio Grande do Sul. Há seis anos, a paciente recebeu um coração artificial que funciona fora do corpo.

O aparelho que ela carrega em uma bolsa foi a única alternativa para que pudesse viver, já que, por outras complicações de saúde, não tinha condições de passar por um implante.

— As pessoas na rua nem imaginam que a minha vida está dentro de uma bolsa, onde eu carrego um coração artificial. Com ele, eu tenho uma vida quase normal. Eu sou muito abençoada por ter esse aparelho e por essa sobrevida de seis anos — comemora a paciente.

Há 20 anos, Juçara descobriu que tinha doença de Chagas, um problema que evoluiu para uma insuficiência cardíaca grave e deixou o coração enfraquecido. Na época, a expectativa de vida dela era de apenas seis meses.

A aposentada chegou a ficar internada por 45 dias em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva até conseguir ser transferida para o Hospital de Clinicas de Porto Alegre e, depois, para o Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde realizou a cirurgia com médicos canadenses.

Na manhã deste sábado (16), a aposentada, juntamente com amigos, familiares e parte da equipe médica, que inclui profissionais de Ijuí e de Porto Alegre, comemoraram no Hospital de Clinicas de Ijuí o sucesso da cirurgia.

 

Reprodução RBSTV / Divulgação
Juçara comemorou os seis anos com o dispositivo junto da família, em Ijuí Reprodução RBSTV / Divulgação

Como funciona o dispositivo

Juçara recebeu um HeartMate, que funciona como uma espécie de bomba que auxilia no funcionamento do coração.  No Rio Grande do Sul, apenas quatro pessoas vivem com o mesmo dispositivo que funciona com uma bateria.

A médica Livia Goldraich, que é cardiologista e coordenadora do Programa de Transplantes Cardíacos e Dispositivos do Hospital de Clinicas de Porto Alegre, acompanha o caso de Juçara. Ela explica que o dispositivo não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e que só foi possível realizar o implante sem custo para a paciente por causa de um programa filantrópico do Hospital Sírio Libanês.

— Essa tecnologia já é uma realidade nos países desenvolvidos, mas aqui no Brasil ainda não. O ponto principal para o paciente ter acesso ao dispositivo é o diagnóstico de insuficiência cardíaca grave e ser encaminhado para um centro de referência para disponibilizar o implante ou o caminho para isso — explica a médica.

Depois ter a chance de uma vida nova, Juçara quer mostrar que é possível se superar e servir de esperança para quem tem o mesmo problema.

— Eu tenho gratidão pelo aparelho, pelas pessoas que lutaram por mim. Eu passei por vários momentos que era difícil de sobreviver, mas eu sou a prova que vale a pena lutar — finaliza emocionada a paciente.

Fonte : GZH Foto : Reprodução RBSTV / Divulgação

Paciente de Ijuí é uma das quatro no RS que vivem com o aparelho.
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Ele desempenha as funções do coração.
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