Time de Eduardo Coudet teve boas e más notícias na derrota por 2 a 1
É possível analisar o resultado do Inter contra o River Plate, na abertura das oitavas de final da Libertadores, sob duas óticas. O lado bom é que o 2 a 1, mesmo que seja desvantagem, é a menor delas. Qualquer vitória simples na terça-feira que vem, no Beira-Rio, leva os colorados aos pênaltis. A partir disso, houve notícias positivas, como o primeiro gol de Valencia, a atuação de Rochet e o bom primeiro tempo.
O lado ruim é que, antes de tudo, o Inter voltou derrotado. Terá de vencer de qualquer maneira um dos melhores times da América do Sul. Além disso, pela enésima vez na temporada, a equipe teve problemas no segundo tempo. Alguns jogadores novamente não deram a resposta esperada em campo. A seguir, apontamos os lados bom e ruim do legado colorado no Monumental.
A maior contratação do ano desencantou. E logo no momento mais difícil. Valencia recebeu a bola na ponta, deu o drible, sofreu a falta, foi para a área e fez o gol que abriu o placar contra o River Plate. Tirou um peso de seus ombros, já que ainda não havia balançado as redes.
— Agora, espero que venham muitos mais para ajudar a equipe a se classificar — declarou o atacante, que completou: — Sabíamos que seria um campo difícil contra um adversário difícil. Fizemos um primeiro tempo muito bom. Depois, no segundo, começamos bem, tentamos aguentar. Infelizmente, terminamos perdendo, mas a série está aberta.
A entrada de Rochet na vaga de John foi uma espécie de “carteiraço”. O urugaio, investimento da direção, virou titular mesmo que o outro goleiro estivesse salvando o Inter na maioria das partidas. Mas, contra o River, o termo mudou. Rochet justificou não só sua contratação como também a titularidade. Foi responsável direto pelo 2 a 1. Não fosse uma atuação brilhante, os colorados teriam levado mais. O time tem alguém em quem confiar.
— Foi uma partida muito dura. Fizemos o mais dificil, o gol, mas não conseguimos manter no segundo tempo. A série está aberta, vamos nos preparar para a volta — disse o goleiro.
Havia certa dúvida sobre Johnny voltar a ser o primeiro homem do meio-campo. Por ter origem ofensiva e não ser originalmente combativo, pensava-se no jogador da seleção norte-americana como meia mais ofensivo. Ainda mais em ambiente hostil como o Monumental. Mas Johnny foi um dos melhores em campo, soube desarmar, marcar e iniciar as jogadas. A escolha de Coudet, justificada no fato de que já conhecia o atleta, mostrou-se acertada.
Já se perdeu as contas de quantas vezes foi escrito que o Inter fez um grande primeiro tempo. Contra o River, mais uma. O time criou, teve duas chances claras (e marcou em uma delas), marcou os adversários e quase não correu riscos. Ficou um sinal claro de que existe esperança. Os 45 minutos iniciais.
— Fizemos um grande primeiro tempo. Temos de ir crescendo e melhorando. Por 60 minutos, vimos um time tentando jogar — afirmou Coudet.
A primeira das notícias ruins, claro, é a desvantagem. O River Plate começa o jogo classificado e, se nada ocorrer na partida, são os argentinos que avançam para as quartas. O Inter terá de fazer gols (dificuldade na temporada) e não levar, preferencialmente. A concentração terá de ser alta para enfrentar um dos mais fortes times do continente. A situação é mais agravada porque nem mesmo o fato de ser no Beira-Rio ajuda: foi em casa que a equipe caiu para Melgar, Caxias e América-MG.
— Estamos vivos. Temos 90 minutos na nossa casa, com nossa torcida, para buscar a vitória. Vamos tentar construir, impor nosso ritmo — disse Alan Patrick.
O uruguaio, um dos destaques da temporada 2022, está longe do nível que já apresentou. Não se encontrou em 2023 em nenhuma das posições do meio-campo. O jogador tem problemas de ordem pessoal, talvez isso esteja atrapalhando seu desempenho. Mas, de fato, não joga como o time precisa. Coudet pode estudar alternativa ao meia para a sequência da temporada. No modelo do treinador, tem faltado intensidade para combater e contundência para atacar.
Uma das desvantagens de mudar um treinador é reaparecerem nomes que estavam no fim da fila mesmo tendo sido testados. É o caso dos dois últimos jogos. Tanto Campanharo quanto Thauan Lara já haviam sido relegados às últimas posições na hora de entrar quando Mano Menezes era o técnico. Agora, com Coudet, voltaram a jogar. O técnico justificou as trocas:
— Queríamos dar mais perna ao time. Quando se está cansado, as decisões não são as melhores. Não estávamos movimentando a bola, então coloquei gente mais combativa, casos de Rômulo e Campanharo.
Sobre o futuro, explicou a não utilização de Mauricio e a entrada tardia de Pedro Henrique:
— Eles ainda não jogaram (voltando de lesão). Mauricio teve 15 minutos no sábado. Em um jogo muito intenso, como o do River, é difícil. Seguramente, vão ser importantes. Precisamos dar minutos, vão receber no sábado.
Já se perdeu as contas de quantas vezes foi escrito que o Inter fez um mau segundo tempo. Contra o River, mais uma. O time desabou e não só fisicamente. Tecnicamente, errou passes e não achou os espaços que eventualmente poderiam aparecer. Taticamente, não encontrou o adversário. Escapou de levar uma goleada no Monumental. E por isso está vivo para a volta. Coudet, no sábado passado, já havia dito: seu desafio no Inter é fazer a equipe jogar bem por mais tempo. Será necessário para vencer o campeão argentino.