Time colorado chegou a estar em terceiro lugar na competição, mas caiu para quinto após perder as três últimas partidas
A última semana do Inter no Brasileirão deixou claro o desafio para 2025. O mesmo time que ficou 16 rodadas invicto perdeu os três últimos jogos da competição, contra equipes que ficaram acima na tabela. Os desfalques, a desmobilização e as carências justificam os resultados e abrem terreno para aprimoramentos para a próxima temporada.
Por mais que tenha vencido o Fortaleza e empatado com o Flamengo na sequência sem perder, o Inter não conseguiu repetir o desempenho na parte final do campeonato. Diante do Botafogo, a equipe não fez uma má partida, mas foi castigada com um gol cedo e não conseguiu dar a volta.
Os gols nos dois inícios de partida, aliás, têm algo em comum e que exigem atenção. Em ambos, o goleiro Rochet foi o protagonista das falhas. Contra o Botafogo, pulou atrasado no chute de Savarino. Contra o Fortaleza, perdeu a bola para Moisés, que apenas empurrou para a rede depois do desarme. Os erros do goleiro condicionaram as duas partidas, algo que não pode ocorrer em partidas decisivas.
Outro ponto evidente é a carência do grupo. Desde a lesão de Mercado, já se sabia que o Inter tinha poucos zagueiros. Com Rogel machucado, a rodada final contou com apenas dois jogadores que já haviam atuado na equipe principal, Vitão e Clayton Sampaio. O último só entrou em campo oito vezes, somando 533 minutos. Além de qualificar o setor, será preciso ter mais opções mesmo. Falta quantidade além da qualidade.
— Com relação ao grupo, o que nos mostrou é que a gente tem coisas a evoluir, individualmente. Os nossos jovens são jovens. Eles vão oscilar — declarou Roger ao final da partida.
Borré concordou:
— Não tínhamos alguns jogadores que fazem falta por diferentes situações. Quando temos todos, somos muito fortes. Ano que vem espero que possamos estar completos e que as contratações que chegarem possam nos ajudar.
A ausência de Alan Patrick fez Roger Machado testar, duas vezes, Borré e Valencia juntos. O time não fez gols, ainda que tenha pressionado o Botafogo. A criação ficou carente e a equipe não se encontrou ofensivamente.
— Quando você não tem um grupo completo, sofre não pela qualidade dos jogadores, mas pela característica diferente que o jogo acaba assumindo. Na ausência do Alan Patrick, ficamos sem um meia de centro, e tentamos flutuar Bruno Tabata e dois atacantes. Foi importante para entender algumas coisas desse processo. Entender se podemos evoluir ou não dentro desse modelo de dois atacantes — disse o técnico.
Internamente, o clube sabe que precisa dar um salto de qualidade na próxima temporada. Bruno Tabata revelou que houve um bate-papo entre dirigentes, comissão técnica e atletas:
— A conversa foi para identificar o que faltou nesta reta final, para estarmos mais atentos durante os momentos decisivos no ano que vem.