Eduardo Ruviaro, 24 anos, andava de patinete quando foi atingido por um carro. Mãe diz que filho teve "sonho interrompido"
O gaúcho Eduardo Antunes Ruviaro, 24 anos, morreu nesta quinta-feira (29) em decorrência dos ferimentos de um atropelamento em Marselha, no sul da França. Na madrugada do dia 20 deste mês, Eduardo voltava de patinete de uma festa quando foi atingido por um carro.
Ele chegou a ser hospitalizado com traumatismo craniano no Hospital De La Timone, no centro da cidade. Conforme a família, o quadro do jovem piorou no domingo (25), e ele precisou passar por uma cirurgia no cérebro.
— Ele teve seu sonho de ser advogado internacional interrompido por negligência de um motorista em alta velocidade, que avançou o sinal vermelho, atingindo o Eduardo e o amigo, que trafegavam em patinete na faixa de segurança — diz Cristiane Antunes, mãe do jovem.
A polícia francesa está investigando o caso. Segundo as informações passadas pelas autoridades à família, o carro que atingiu o jovem era alugado. O condutor ainda não tinha sido encontrado.
Eduardo estava há cerca de um ano no país europeu, cursando mestrado em Direito Ambiental na Universidade Aix-Marseille. Formado em Direito e tendo sido credenciado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS) em maio do ano passado, ele atuava como assistente jurídico na área de meio ambiente, ecossistema, biodiversidade e riscos climáticos.
Ruvi, como era chamado pelos amigos, era dessas pessoas com uma alegria cativante e um entusiasmo imenso em viver o presente. Ele também estudou Relações Públicas na Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em nota de pesar, a direção da instituição lamentou a morte do jovem:
“Eduardo foi um jovem alegre, dedicado e engajado, sempre demonstrando paixão pelos estudos. Ao longo de sua jornada acadêmica, destacou-se pelo espírito colaborativo, senso crítico e reflexivo, envolvendo os colegas nas discussões que propunha”.
Foi na Fabico que Roberto Freitas conheceu Eduardo. Em contato com a família e com os amigos franceses do jovem, ficou a cargo de Roberto dar a notícia para os mais próximos no Brasil.
— Fiz uma lista com uns 10 nomes, porque ele amava e era amado por muitas pessoas, e então liguei para passar a notícia. Não queria que tivessem o choque de saber de forma fria como simplesmente uma nota de falecimento. Por ele ser super desligado, muitas vezes os amigos me perguntavam sobre ele, que tinha dificuldade de responder o WhatsApp, porque ele estava sempre muito focado em viver o presente — conta — Se posso dizer algo sobre o Dudu, é que o legado que ele deixa foi de aproveitar ao máximo todas as oportunidades que a vida nos propõe.
Orientador do trabalho de conclusão de curso de Eduardo, o professor de Relações Públicas Guibson Dantas também prestou homenagens ao aluno:
“Eduardo Ruviaro foi uma dessas joias que me deparei na Fabico. Extremamente inteligente, gentil, educado e com muitas ideias que nós, seus interlocutores, adorávamos escutar. Em muitas ocasiões, em vez de professor, fui seu aluno de geopolítica. Ele estava feliz com a possibilidade de trabalhar com diplomacia ambiental. Hoje, soubemos da partida de Eduardo. Ao receber a notícia, a primeira coisa que me veio a cabeça foi seu largo e cativante sorriso”.
A família de Eduardo está na França, onde deve ocorrer a cremação do corpo do jovem. A despedida no Brasil será em uma missa de sétimo dia.