Atacantes estão sendo criticados pela falta de gols da equipe; no caso do equatoriano, vaias apontam também para o que se considera ser falta de envolvimento
O período sem conquistas, e de muitas derrotas, do Inter está fazendo mais duas vítimas. Os atacantes Valencia e Borré são os vilões da vez. Contra o Palmeiras, ambos foram vaiados em algum momento. O equatoriano, inclusive, deixou o campo sem saudar os colorados presentes no Beira-Rio. Maiores investimentos do clube, a cobrança é por um protagonismo maior
Borré foi contratado por mais de R$ 33 milhões. Somados, os salários dos dois giram em torno de R$ 2,5 milhões. Por isso, são mais cobrados. Mas nenhum deles conseguiu ter uma sequência.
A temporada de ambos têm sido acidentada. Borré chegou após o período de inscrições no Gauchão. Por isso, só pôde estrear na Copa do Brasil. Valencia se lesionou no Gre-Nal do Estadual e não teve uma recuperação adequada. Quando poderiam engrenar no ano, vieram as convocações para a Copa América e, antes, para a preparação das seleções.
Juntos, Borré e Valencia estiveram em campo por 391 minutos, distribuídos em cinco partidas (duas pela Copa Sul-Americana, três pelo Brasileirão). Quando estiveram em campo ao mesmo tempo, marcaram um gol (Borré contra o Belgrano).
Nos planos do Inter, os dois seriam uma dupla de ataque no modelo de Eduardo Coudet. Roger prefere outra formação, com atacante só. Mas acabou adaptando para ter ambos.
Mas independentemente de sistema tático, fase ou sequência, a bronca é por outras questões. Especialmente no caso de Valencia. Ele é criticado por não aparentar entrosamento com o clube. Sua postura em campo (e até seu estilo) não é combativa. As vaias, porém, podem piorar ainda mais sua situação, como disse Roger:
— Paulada do lado de fora e internamente não funciona no Valencia. Não sei se os atletas têm acesso a rede social, mas o ambiente é difícil. Os jogadores precisam de carinho pra sair desse momento.
Para o colorado Vaguinha, colunista do Grupo RBS, Valencia está “longe de ser o problema do Inter”. Na opinião do jornalista, a questão técnica é clara: a bola não chega. Contra o Palmeiras, foi pouco acionado. O equatoriano deve seguir no time porque é o melhor da equipe.
— Podemos debater o interesse dele. Por vezes, parece que não está completamente engajado com o processo. Isso é trabalho para Roger e para os dirigentes. É fundamental resgatar a identificação com o jogo, com o time, com o clube. Mas antes disso, é preciso organizar os setores que marcam e criam da equipe para que a bola chegue em condições lá na frente — finaliza.
No próximo jogo, Roger não terá Borré. Ele forçou o terceiro cartão amarelo contra o Palmeiras por ter sofrido uma lesão muscular. Valencia continuará no time. E, no Beira-Rio, terá de dar uma resposta mais contundente. Até para evitar que o Inter entre na zona de rebaixamento e deixe o ambiente ainda mais carregado.