Inteligência Artificial pode prever novas enchentes no RS e mapear eventuais áreas afetadas - Agora Já -

Inteligência Artificial pode prever novas enchentes no RS e mapear eventuais áreas afetadas



Engenheiro do IEEE projeta que através de dados coletados do episódio de maio será possível atuar de maneira mais eficaz e evitar tragédia futura

Foto: Especialista explica como a IA pode ajudar a prever novas enchentes no RS e mapear áreas afetadas | Foto: Felipe Faleiro / Especial / CP
5 de julho de 2024

O Rio Grande do Sul foi devastado pelas cheias no mês de maio, que deixaram cidades submersas e afetaram milhões de gaúchos, naquilo que o governo estadual classificou como a “maior tragédia climática” da história do Estado. O triste episódio, no entanto, pode ter mostrado caminhos para que a atuação na prevenção e nos resgates seja mais eficiente em uma eventual nova enchente. A tecnologia pode ser um aliado indispensável. Conforme o membro sênior do IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos), o doutor em engenharia elétrica Euclides Chuma, com os dados coletados dos eventos de maio será possível utilizar a Inteligência Artificial (IA) para prever situações semelhantes e mapear com  presição  áreas que podem ser afetadas com o uso de drones.

“Pelo que aconteceu no Rio Grande do Sul ser uma tragédia sem precedentes e sem dados estatísticos anteriores, não se tinha como utilizar a Inteligência Artificial da melhor maneira para um episódio deste tipo. Agora, como se tem dados, é possível modelar com mais precisão tragédias como essa. Nós estamos aprendendo com o que aconteceu e a IA irá aprender ainda mais (…) a IA é uma ferramenta que precisa de dados”, explicou Chuma.

O engenheiro pontua que todos os números que foram coletados junto às autoridades climáticas e instituições de metereologia irão alimentar e gerar uma quantidade do chamado Big Data. O especialista salienta que para o trabalho ser o mais efetivo, necessita “não só de engenheiros e técnicos especialistas, mas de uma regulamentação no setor aéreo, além de apoio de setores públicos”.

‘Sensores são a ponte’

Chuma detalha como esse processo de utilização dos dados funcionaria na prática. “Os sensores eletrônicos (que medem a umidade, a temperatura e a pressão atmosférica), cujos dados são coletados pela IA, são a ponte entre o mundo real e o virtual. Eles fazem a leitura das informações que são processadas e a inteligência artificial busca por padrões”, orienta.

Conforme ele, no caso de novas cheias, a Inteligência Artificial avaliaria a velocidade da subida do rio, a temperatura das águas e a pressão atmosférica para comparar com padrões passados e encontrar com mais precisão o resultado imediato. Isso daria uma capacidade de projetar o futuro da eventual inundação, levando a uma resposta mais rápida e adequada.

Drones mapeando áreas

No auge da crise de maio, o trabalho de drones foi utilizado pelo Exército e pelo Corpo de Bombeiros na entrega de mantimentos pelos ares para cidades que ficaram ilhadas em razão do avanço das águas.

Assim como neste caso, Chuma projeta que situações emergenciais também serão cada vez mais amparadas por veículos automatizados por meio da Mobilidade Aérea Avançada (MAA), a tecnologia que fornece sistema de transporte aéreo sem controle humano.

“A Embraer já tem um projeto sobre isso que deve ser lançado em breve o que eu chamo de helicópteros do futuro”, revela. A MAA é a ferramenta criada a fim de realizar missões complexas, como resgates em desastres naturais ou combater incêndio.

Fonte : Correio do Povo 
Foto: Felipe Faleiro / Especial / CP

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