A busca do Tricolor pelo tetra da América
Depois de três anos, o Grêmio está de volta à competição que seu torcedor mais gosta. O tricampeão da Libertadores começa a caminhada pelo tetra nesta terça-feira (2), na altitude de La Paz.
Ausente desde 2021, quando foi eliminado na pré-Libertadores pelo Independiente del Valle-EQU — em jogo que marcou a demissão de Renato Portaluppi na sua terceira passagem por Porto Alegre — chegou a emendar seis participações consecutivas a partir de 2016, sendo campeão no ano seguinte, e chegando às semifinais em 2018 e 2019.
Agora, outra vez com Renato de treinador, a esperança é reconquistar a América e tornar o tricolor gaúcho, de forma isolada, o clube brasileiro mais vezes campeão da Libertadores.
*Horários de Brasília
Os argentinos podem ser considerados os adversários mais difíceis dos gremistas nesta fase de grupos. Comandado por Eduardo Domínguez, o Estudiantes tem como principal destaque o meia Enzo Pérez, que retornou ao clube neste ano, após deixar o River Plate.
Confrontos contra o Grêmio na competição: 4 (1983 e 2018) – duas vitórias gaúchas, uma argentina e um empate.
É “chover no molhado”, mas a altitude de La Paz, capital da Bolívia, é a principal arma do The Strongest para enfrentar o Grêmio na abertura do grupo. São 3,6 mil metros acima do nível do mar.
Comandado pelo argentino Pablo Lavallén, o atual campeão boliviano tem como destaques o meia Ortega, nascido na Colômbia, e o atacante argentino Triverio, de 35 anos — que em 2016 fez dois gols contra o Grêmio, atuando pelo Toluca, do México, na Libertadores daquele ano.
Confrontos contra o Grêmio na competição: nenhum
Os chilenos poderão ser os “fiéis da balança” neste grupo. Entram como os azarões e, se conseguirem pontuar, irão complicar a classificação dos adversários. A equipe é dirigida por mais um técnico argentino no grupo: Javier Sanguinetti.
Confrontos contra o Grêmio na competição: 2 (2013) – uma vitória chilena (em Porto Alegre) e um empate.
O Grêmio tem 31 concorrentes na briga pelo título. Seis deles despontam como principais ameaças à conquista do tetra: o argentino River Plate, e os brasileiros Flamengo, Palmeiras, Fluminense, Atlético-MG e São Paulo. Cinco destes também são cabeças de chave, assim como o time gaúcho.
O time do River perdeu o primeiro jogo oficial em 2024, contra o Huracán, somente antes da estreia na Libertadores. Foram 14 partidas de invencibilidade, com sete vitórias e sete empates, além da conquista da Supercopa Argentina sobre o Estudiantes no início de março. O técnico Martín Demichelis conta com meias de qualidade como Lanzini, Pity Martínez e Nacho Fernández, além do atacante colombiano Borja, ex-Grêmio.
Melhor defesa do Brasil na temporada — com apenas um gol sofrido em 14 partidas — o time treinado por Tite trouxe reforços pontuais e valiosos: o zagueiro Léo Ortiz, o lateral esquerdo Viña e o meia De La Cruz. Juntos, eles custaram R$ 160 milhões aos cofres do clube. Na última semana, o atacante Gabigol, que estava na reserva, foi suspenso por dois anos, por tentar fraudar o exame antidoping.
Com apenas uma derrota na temporada, o Palmeiras, assim como o Flamengo, se reforçou pontualmente. Foram contratados apenas quatro jogadores: o volante argentino Aníbal Moreno, ex-Racing; o atacante Bruno Rodrigues, ex-Cruzeiro; o lateral Caio Paulista, ex-São Paulo; e o meia Rômulo, ex-Novorizontino. O time voltou a jogar no Allianz Parque recentemente, depois de ficar cerca de dois meses atuando na Arena Barueri, em função das condições do gramado.
Finalista do Mineiro pela 18ª vez seguida, o Galo não vive dias de tranquilidade. O clima pesou e o técnico Felipão foi demitido no dia 20 de março, logo após se classificar à decisão. A direção apostou na contratação do argentino Gabriel Milito, de 43 anos, ex-Argentinos Juniors para assumir o cargo.
Poucos nomes chegaram para reforçar o elenco que segue com a dupla Hulk e Paulinho no ataque. Foram contratados os jovens atacantes Robert, de 20 anos, ex-Athletic; e o colombiano Brahian Palacios, de 21. Além do meia Gustavo Scarpa, de 30, ex-Olympiacos (GRÉ).
Atual campeão da América, o tricolor carioca anunciou oito reforços para a temporada. Entre eles, os meias Renato Augusto, ex-Corinthians, e Douglas Costa, ex-Los Angeles Galaxy (EUA), e os atacantes Lucumí, colombiano de 19 anos, e David Terans, uruguaio, ex-Pachuca (MÉX). Os comandados de Fernando Diniz conseguiram vencer a Recopa Sul-Americana, derrotando a LDU (EQU) no Maracanã, mas não chegaram às finais do carioca.
Tricampeão da Libertadores e de volta à competição depois de três anos, o São Paulo precisou trocar de treinador ainda em janeiro. Com a ida de Dorival Jr. para a Seleção Brasileira, o clube contratou o jovem Thiago Carpini, que estava no Juventude.
O início do trabalho, com cinco reforços — entre eles o atacante Ferreira, ex-Grêmio, e os volantes Bobadilla e Luiz Gustavo — foi bom, com a conquista da Supercopa do Brasil em cima do rival, Palmeiras. Mas a sequência se mostrou instável e a eliminação nas quartas do Paulistão, dentro de casa, para o modesto Novorizontino, ligou um sinal de alerta no Morumbi.
Se o Grêmio pensa grande e divide favoritismo com outras seis equipes, é bom não desprezar times tradicionais que podem surgir ao longo do caminho.
Independente da questão econômica, os times argentinos sempre atrapalham a vida dos brasileiros na Libertadores. Estudiantes, Rosario Central e San Lorenzo são times tradicionais e de torcidas apaixonadas.
Com o dinheiro das empresas de John Textor, o time carioca manteve a base do Brasileiro de 2023 e passou bem na Pré-Libertadores, eliminando Aurora (BOL) e Bragantino (BRA).
O país pode se considerar a terceira força no continente atualmente. LDU e Del Valle ganharam três das últimas cinco Sul-Americanas.
Os eternos representantes do Uruguai não possuem mais a mesma capacidade dos anos iniciais da Libertadores. Mas sempre é difícil bater de frente com eles no Parque Central ou no Campeón del Siglo. São 51 participações do Nacional e 49 do Peñarol no torneio.
A Libertadores 2024 vai distribuir, no total, uma premiação de 225,9 milhões de dólares (R$ 1,13 bilhão, na cotação atual) nesta temporada. O anúncio foi feito pelo presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez.
O campeão do torneio receberá 23 milhões de dólares (cerca de R$ 114 milhões na conversão da moeda) e pode ter uma premiação máxima de 36,2 milhões de dólares (R$ 180 milhões).
Os times se enfrentam dentro dos grupos em turno e returno na primeira fase. Após seis rodadas, os dois primeiros de cada chave passam às oitavas de final.
A Conmebol fará um sorteio para definir os confrontos da próxima fase, colocando os primeiros colocados em um pote e os segundos em outro. Os jogos serão no sistema mata-mata até às semifinais. A final única será em Buenos Aires, no dia 30 de novembro.
Os jogos do Grêmio na fase de grupos serão transmitidos apenas nos canais de TV por assinatura Paramount e ESPN.