Dia extra impede que fenômenos astronômicos e estações fiquem “perdidos” no calendário
A cada quatro anos o calendário ganha um dia a mais: 29 de fevereiro – nesta quinta-feira. Com origem no Império Romano e pitacos do papa Gregório 13, a data está relacionada ao tempo em que a Terra demora para completar uma volta no Sol, convencionalmente estipulada em 365 dias. No entanto, o período é um pouco maior e “sobram” cinco horas, 48 minutos e 46 segundos a cada ano.
De quatro em quatro anos, soma-se estas horas e minutos que foram acumuladas e se adiciona um dia a mais no calendário, originando um ano bissexto. É como uma fórmula de matemática: o 6 (que representa o número de horas acumuladas no período) é multiplicado por 4 (tempo de sobra).
Com o decorrer dos anos, sem a correção do calendário a partir do dia adicional, as datas de eventos astronômicos, e que caracterizam o início ou fim de uma estação em cada hemisfério da Terra, sofreriam constantes alterações. Uma das áreas mais afetadas seria da agricultura, uma vez que o início das estações do ano não estaria alinhado com o nosso calendário sem a correção.
Para entender quando e o porquê surgiu o ano bissexto, precisamos voltar ao Império Romano. Na época, o calendário era baseado nas fases da Lua. O então imperador Júlio César pediu que a contagem de dias fosse alinhada ao tempo que o nosso planeta demora para dar uma volta completa no Sol. No ano 4 a.C., entrou em vigor o calendário Juliano, com 365 dias, divididos em 12 meses.
O ano bissexto surgiu a partir da observação de astrônomos que notaram pequenas mudanças de tempo e na data de alguns eventos. Estudiosos da época, como Cristóvão Clávio, notaram que a data em que a Páscoa – comemorada após o equinócio lunar – era celebrada não condizia com a posição de nascimento do Sol no hemisfério norte.
Em 1582, o papa Gregório 13 considerou os novos cálculos e alterou o calendário Juliano, para corrigir os erros encontrados. O novo calendário, que utilizamos até hoje, foi batizado de Gregoriano.
O novo sistema de contagem também trouxe uma outra correção para considerar os 12 minutos e 14 segundos utilizados para arredondar às seis horas que sobram a cada ano. Em anos terminados em 00, múltiplos de cem, mas não de 400, não ocorre a adição do dia 29 de fevereiro. Ou seja, dentro do período de 400 anos, três anos que seriam bissextos não contam com um dia a mais, para compensar os minutos que foram arredondados.