Atacante de 28 anos é mais uma novidade no ataque tricolor para 2024
O novo reforço do Grêmio já está em Porto Alegre. O atacante argentino Cristian Pavón, 28 anos, desembarcou nesta quinta (15) em Porto Alegre para assinar contrato de três anos. Contratado do Atlético-MG, o jogador custará US$ 3,8 milhões (R$ 19 milhões) aos cofres do time gaúcho — será a terceira maior contratação da história do Tricolor.
Kichán é chamado assim desde a infância em Anisacate, cidade de 3 mil habitantes de Córdoba, interior da Argentina. A lógica do apelido é a rápida pronúncia de seu nome, o que faz alguns engolirem as consoantes. Logo, Cristian virou Kichán. Ele dizia a seu pai, Walter, sua mãe, Verónica, e irmãos Rodrigo, Federico, Daniel e Lourdes, que “queria ser Messi”
A velocidade também lhe fez chegar rápido ao Talleres, clube da capital da província. Quando já acumulava quilometragem na seleção sub-17, fez sua estreia no time principal. Em pouco tempo, deu um salto ao Boca Juniors e, logo no quarto jogo, foi decisivo com gol em um Superclássico diante do River Plate, na Bombonera.
O amadurecimento, porém, exigiu empréstimo ao Colón, que estava na Segunda Divisão. E ali ele foi protagonista na equipe de Santa Fé, se credenciando a voltar aos Xeneizes.
Formando o ataque com Carlos Tévez, fez parte da campanha semifinalista do Boca na Libertadores de 2016 — ano em que também disputou os Jogos Olímpicos do Rio pela seleção argentina. Depois, ao lado de Benedetto, conduziu o time aos títulos argentinos de 2017 e 2018, quando também disputou a Copa do Mundo pela albiceleste e, por sua equipe, foi derrotado na decisão da Libertadores pelo River no final do ano.
— Ele chegou a ser um dos melhores jogadores do Boca. Por essa razão foi ao Mundial de 2018. Estava em um grande nível e chegou a ser cotado em US$ 30 milhões, com a cláusula mais alta do futebol argentino. Ganhou seis títulos e era umas das joias do clube, porém entrou em uma série de conflitos e perdeu a continuidade na equipe. Depois que saiu por empréstimo ao Galaxy, não voltou bem — avalia Sergio Maffei, setorista de Boca no Olé.
Quando atuou no Galaxy, entre 2019 e 2020, Pavón teve bom desempenho em campo e foi elogiado por Zlatan Ibrahimovic. Por lá não ficou mais tempo, porém, por ter sido acusado de violência sexual, em Córdoba. Uma investigação foi aberta, e a defesa da mulher que o acusa chegou a solicitar a prisão preventiva do jogador. A defesa dele, por outro lado, disse que as acusações eram falsas.
Quando o jogador veio para o Brasil, o Atlético-MG obteve um relatório da polícia judiciária de Córdoba, que atestou, após a análise das provas, que “não foi possível comprovar se houve ato sexual, e menos ainda, que se houve, tivesse sido contrário a vontade da suposta vítima”.
No retorno à Bombonera, Cristian Pavón foi reserva na maior parte do tempo e chamou mais atenção extracampo. Além do processo em andamento, bateu de frente com o ídolo Juan Román Riquelme, então dirigente do clube, e foi suspenso pela Conmebol por seis jogos por arremessar um bebedouro do Mineirão em uma briga com jogadores do Atlético-MG, após a eliminação do Boca na Libertadores.
Curiosamente, ao não se acertar com o Boca Juniors, seu destino foi o Galo, no final de 2022. No clube mineiro, Pavón nunca conseguiu se firmar como titular. Seu melhor período foi no início de 2023, sob comando do compatriota Eduardo Coudet, hoje técnico do Inter, e atuando no meio-campo. A chegada de Luiz Felipe Scolari e as frequentes dores no púbis, contudo, lhe fizeram ficar mais tempo no banco.
— O melhor momento foi com o Coudet. Fez golaços contra América-MG e Palmeiras, mas nada suficiente para dizer que era titular absoluto. E com Felipão perdeu muito espaço, sempre atrás de Hulk e Paulinho. Mas, mesmo assim, foi o 3º em assistências no Brasileiro — analisa Victor Martins, comentarista da Rádio Transamérica de Belo Horizonte.
Bem fisicamente, Pavón sempre esteve à disposição de Felipão nesta temporada e entrou no segundo tempo em quatro partidas. Preferencialmente como ponta-direita, vai disputar espaço no Grêmio com Galdino ou Du Queiroz, embora também possa atuar pela esquerda.