Quatro anos depois, Zé Ricardo reencontra o Inter com mesmo clima de melancolia - Agora Já -

Quatro anos depois, Zé Ricardo reencontra o Inter com mesmo clima de melancolia



Ex-técnico colorado será adversário no domingo

Mateus Bruxel / Agencia RBS Foto:
4 de novembro de 2023

Não fossem adversários neste domingo (5), Eduardo Coudet poderia chegar ao pé do ouvido de Zé Ricardo e pedir dicas de como encerrar um ano que se desenha melancólico no Inter. O atual técnico do Cruzeiro conviveu em um ambiente deprimido quando comandou o time colorado em 2019. Quatro anos depois, clube e treinador se reencontram.

Após a perda da Copa do Brasil daquele ano para o Athletico-PR, o ânimo no Beira-Rio se esvaiu. Tanto que não demorou muito para Odair Hellmann ser demitido. O interinato de Ricardo Colbachini durou três jogos. Zé Ricardo assumiu a 11 jogos da linha de chegada do Brasileirão — Coudet disputará 13 entre a queda na Libertadores e o fim do Brasileirão. A missão à época era remotivar o elenco para conseguir vaga direta na Libertadores, uma tarefa mais nobre da que o argentino encara no momento.

A imagem deixada pelo profissional não foi das mais brilhantes, mesmo que os resultados tenham sido menos piores do que a memória indica. Foram quatro vitórias (Bahia, Fluminense, Botafogo e Atlético-MG), três empates e quatro derrotas, entre elas a de 2 a 0 no Gre-Nal. O desempenho deixou a equipe colorada na sétima colocação.

— A passagem de Zé Ricardo pelo Inter foi a primeira que vi de um técnico que tinha data para começar e para terminar o trabalho. Ele topou apenas pela amizade com Rodrigo Caetano, que o havia guindado de técnico do sub-20 a técnico do profissional no Flamengo. Era como dívida de gratidão. Zé fechou o ano que Coudet, já contratado, não pode fechar, por ter uma decisão de Copa com o Racing naquele dezembro. Sendo assim, ele até cumpriu seu papel e entregou um Inter machucado pela perda da Copa do Brasil na pré-Libertadores — analisa o colunista de GZH Leonardo Oliveira.

Antes mesmo da partida final do treinador carioca, era pública, embora não oficial, a contratação de Coudet para o ano seguinte. Tanto que, em uma entrevista coletiva, Zé Ricardo analisou o nome de quem seria o seu sucessor.

— Estamos falando de um grande treinador, que está fazendo um trabalho muito consistente no Racing. Se a chegada dele se confirmar, não só estarei torcendo para que as coisas deem certo, como pelo grupo de jogadores que conheci aqui. Meu compromisso é me doar 110% para o Inter, e isto estou fazendo — destacou.

Nesse ínterim entre o último jogo à frente do Inter e a partida das 16h no Mineirão, Zé Ricardo passou pelo futebol árabe, pelo Vasco e pelo Shimizu S-Pulse. Em setembro foi contratado pelo Cruzeiro para livrar o clube do rebaixamento.

Até aqui, o clube de Ronaldo andou para trás na classificação do Brasileirão. Quando Zé Ricardo chegou na Toca da Raposa, a margem para o Z-4 era de cinco pontos. Agora, está a três, mas o time mineiro tem uma partida a menos do que seu vizinho Vasco, o primeiro morador da parte mais temida da tabela. São três vitórias, dois empates e três derrotas.

— O Zé Ricardo demorou a achar um time ideal para este momento, mas parece ter encontrado. O ponto de virada foi o clássico contra o Atlético, em que o time jogou bem principalmente o segundo tempo e conseguiu uma vitória histórica no primeiro clássico na nova Arena do Galo. O resultado deu confiança e a performance do time deu certezas ao Zé. O Cruzeiro é um time competitivo sem bola, capaz de alternar boa pressão na saída e eficiente quando está com o bloco mais baixo. O que ainda falta ajustar da melhor maneira é o ataque, que é bastante leve, mas falta um pouco de profundidade — avalia Henrique Fernandes, comentarista do SporTV.

O Cruzeiro tem o pior ataque do Brasileirão, com apenas 28 gols, média abaixo de um por jogo. Nos oito jogos com Zé Ricardo, o índice subiu um pouquinho, foram oito gols marcados distribuídos em quatro partidas.

Na arrancada do trabalho, ele apostou em nomes tarimbados do elenco e insistiu nas escalações de Gilberto, Mateus Vital, Wesley e Nikão. Sem o retorno esperado, começou a realizar trocas.

— Ainda falta consistência em casa. O jogo contra o Bahia trouxe sinais muito positivos. É extremamente importante o time continuar sendo capaz de ter volume domingo contra o Inter para resgatar a confiança do torcedor, que tem comparecido em ótimo número nos jogos em casa — complementa Fernandes.

Essa será a quinta vez que o treinador será adversário colorado. São duas vitórias e dois empates. Companheiros da mesma angústia, Coudet e Zé Ricardo teriam muito para conversar ao final da partida.

Fonte : GZH 
Foto : Mateus Bruxel / Agencia RBS

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