Desde o começo de julho, média móvel de mortes no estado está em zero. Última morte pela doença foi em 24 de julho. Já a média móvel de casos é de 19, nas últimas duas semanas
Depois de três anos e meio, o Rio Grande do Sul atingiu números de mortes e casos de Covid-19 que chamam a atenção positivamente. Desde o começo de julho, a média móvel de mortes está em zero. A última morte pela doença registrada no estado foi em 24 de julho.
Já a média móvel de casos é de 19, nas últimas duas semanas. A última vez que o cálculo resultou em um valor tão baixo foi em março de 2020, no primeiro mês da pandemia.
Por conta disso, a realidade mudou bastante no que diz respeito a testes, internações e até mesmo vacinação relativas à doença. O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), referência no tratamento de Covid-19 no RS, completou 24 horas sem nenhum paciente internado pela doença nesta terça-feira (1). É a primeira vez que isso acontece desde o início da pandemia.
“Depois de todo esse tempo combatendo a pandemia, a gente vinha esperando esse dia. O pico da pandemia teve 218 pacientes sendo atendidos ao mesmo tempo no hospital. Então hoje é um momento de comemoração”, diz Rodrigo Pires dos Santos, infectologista assessor da diretoria médica do HCPA.
A redução de casos fez com que autoridades de saúde recomendassem o uso racional dos testes rápidos, feitos em qualquer posto, que antes eram disponibilizados para qualquer pessoa. Desde o final de maio, a testagem é liberada apenas para grupos restritos, como idosos, indígenas e gestantes.
A decisão foi tomada após a declaração do fim da emergência de saúde pública nacional e da mudança no cenário epidemiológico do estado.
“Tivemos uma fase com número muito elevado de pessoas internadas e de casos. Em maio, a OMS declarou o fim do tratamento da Covid como pandemia, e orientou para que os estados pudessem pensar em uma transição para que a Covid fosse tratada como outras doenças infecciosas, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave”, explica Bruno Naundor, diretor do Departamento de Auditoria do SUS.
No Posto de Saúde Modelo, que tinha filas de dobrar a esquina em busca de vacina, o atendimento voltou ao normal. São no máximo 15 vacinas por dia. A vacinação segue sendo recomendada, e todo o ciclo vacinal deve ser efetuado, de acordo com o calendário divulgado pelos estados.